Integrantes do gabinete do ódio de Carinhanha atacam o Judiciário
A tentativa de associar o Judiciário com algum partido político foi vista como um ato de desespero, por um advogado ouvido pela reportagem.
CARINHANHA — Processados por vereadores da cidade de Carinhanha, no sudoeste da Bahia, pelos crimes de injúria, difamação e calúnia, integrantes do gabinete do ódio atacam o Judiciário.
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No tópico de pesquisa no TikTok, é possível ver pessoas sendo orientadas por ativistas para atacar o Judiciário local. Entre eles está Jorge Damasceno de Santana, morador da cidade de Cansanção, processado nove vezes por crimes contra honra, o qual surgiu às vésperas das eleições atacando pessoas e autoridades de Carinhanha.
Veja que o Tiktoker está orientando outros digitais influercers a publicar uma sequência de Fake News (mentiras e informações descontextualizadas) sobre suposta ditadura em Carinhanha. Na imagem, Damasceno aparece agradecendo autora de vídeo que ataca o Judiciário, como se ela lhe tivesse atendido algum pedido.
Trata-se do vídeo da aposentada Maria de Fátima Dias Bispo, também conhecida como “Maria Processo” (apelido que ela mesmo se deu). Como sabido, Maria de Fátima Dias Bispo é uma pessoa conhecida por processar e denunciar diversas pessoas, muitas vezes, sem fundamentos e sem provas, como já fez, inclusive, contra o jornalista Júnio Guedes (veja o vídeo, onde ela diz que Júnio Guedes é criminoso).
O novo vídeo de Maria pede a retirada do Juiz de Direito da Comarca. Esse vídeo foi compartilhado por Damasceno e Júnio Guedes em suas redes sociais. Perguntada pela equipe do Folha do Vale sobre o pedido de saída do juiz, Dona Maria não soube dizer.
Júnio Guedes também é processado por crimes contra honra, quebra de segredo de Justiça e lesão corporal contra mulher no contexto da Lei Maria da Penha, além de ser investigado por suposta tentativa de suborno a uma advogada pública. (informações disponíveis no PJE).
Vale lembrar que, nos termos da Constituição e da Lei, além de ser Vitalício, o Juiz é inamovível e não pode ser removido, a não ser por vontade própria.
A tentativa de associar o Judiciário com algum partido político na cidade foi vista como um ato de desespero, por um advogado ouvido pela reportagem. Ele disse não fazer sentido relacionar o Judiciário local com qualquer grupo político, pois o próprio Juiz também determinou medidas contra o partido do Partido dos Trabalhadores, tais como:
- A Busca e Apreensão no “Parque de Vaquejada” contra a gestão de Francisca Alves Ribeiro (Chica do PT);
- NEGOU o pedido de busca e apreensão do celular de Jorge Damaceno;
- Determinou a instauração de inquérito no caso do “Parque de vaquejada”;
- Enviou ao Ministério Público o caso de Rose, suposta vítima de ameaça, de ativista do PT;
- Marcou audiência no caso do sindicato para data próxima.
Na visão do advogado, o conjunto de decisões revela a independência e imparcialidade do Judiciário. Ele afirmou que esse tipo de associação é mais desespero por conta dos processos, então o ataque ao Judiciário é o caminho dessas pessoas.
O que pode ter sido um tiro no pé, pois, em verdade, o Judiciário local, ainda, não tomou qualquer decisão concreta contra o referido grupo digital, limitando-se, apenas, a marcar audiências de conciliação nas ações criminais propostas.
Entretanto, a ação conjunta e articulada, agora, contra o Judiciário, deve ser considerada nas investigações a respeito da milícia digital.