Suposto esquema de vacina contra Covid-19 envolve secretária de Saúde de Caetité
Além da secretária de saúde, diversos familiares e profissionais que não faziam parte do grupo prioritário receberam doses do imunizante contra Codiv-19.
CAETITÉ – Em processo movido desde fevereiro de 2021, o advogado Marco Antônio Guanais Aguiar Rochael denunciou o Prefeito Municipal da Prefeitura de Caetité, município da região Sudoeste baiana.
Na denúncia, o advogado afirma que incluíram no cronograma de vacinação pessoas que não são do grupo prioritário para receber as doses do imunizante, além disso, ele ainda aponta a possibilidade de um esquema de vacinação ilegal.
O autor da denúncia alega que a Prefeitura vacinou médicos e profissionais que não atuavam na linha de frente de combate a Covid-19, médicos de Guanambi, as mães de enfermeiras e a filha do diretor do hospital particular da cidade.
A mesma petição também revela que foram vacinados médicos aposentados que ainda não estavam na idade protocolar e a atual secretária de saúde e seu marido, antes mesmo de ser nomeada para ocupar à pasta e quando o seu marido ocupava o cargo interinamente. De acordo o documento eles foram vacinados no dia 02 de fevereiro no CAE3, pela agente de saúde Natalina.
O advogado Marco Antônio representava uma cliente aposentada pela antiga gestão da Prefeitura de Caetité, que entrou na justiça para requerer doses do imunizante em caráter de urgência. Após analisado os autos do processo a aposentada obteve o pleito e está imunizada com as duas doses da vacina.
A denúncia foi formalizada na petição de réplica de defesa. No mesmo processo o advogado reclamou da omissão do Ministério Público de Caetité. Em suas palavras ele considerou o recurso um “inusitado e natimorto”, quando requereu o benefício.
Mesmo após a denúncia acerca do suposto esquema de fura fila na vacinação a prefeitura não divulgou nenhuma nota de esclarecimento, até o momento de conclusão da matéria. Nas páginas oficiais da Prefeitura o assunto não foi publicizado. O caso é tratado por correligionários do prefeito com bastante cuidado e de forma bastante sútil.
Caso tenha mesmo ocorrido o esquema, esse caso é muito grave e pode revelar um escândalo na gestão do prefeito Valtécio Aguiar no combate à pandemia. Caetité, nos primeiros meses, no comparativo com cidades vizinhas, registrou um aumento exponencial nos casos da Covid-19.
Casos como esses já haviam ocorridos na região Sudoeste da Bahia. O prefeito de Candiba, Reginaldo Martins Prado teve os seus bens bloqueados por furar a fila da vacinação. De acordo o entendimento dos magistrados o ato configura favorecimento pessoal e desvio de conduta pública, pois a atual fase de vacinação é destinada para um grupo específico.
O Secretário de Saúde de Igaporã também sofreu penalidades por cometer o ato ilegal. Márcio Fagundes Fernandes foi multado em R$ 50 mil e foi impedido de tomar a segunda dose do imunizante.