Moradores de Caetité e funcionários denunciam precariedade nos serviços e falta de pagamento na Unacon
Com a retomada da gestão pelo município, a Prefeitura contratou o Instituto Provida, porém continua sem atendimento e devendo funcionários.
CAETITÉ — O caos continua na unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) localizada na cidade de Caetité, na região sudoeste da Bahia, quase 90 dias após o prefeito Valtécio Aguiar assumir o serviço que era gerenciado pela Fundação Terra Mãe desde 2020.
O Portal Folha do Vale está nos Canais do WhatsApp; veja como participar. Pelo nosso canal você recebe notícias atualizadas de hora em hora.
Em carta encaminhada ao radialista Magal Santos, da Rádio Star FM, uma pessoa narra a precariedade na unidade. O autor descreve a falta de pagamento de funcionários, bem como a perda da equipe médica.
No mês de fevereiro, durante entrevista à Rádio Alvorada FM de Guanambi, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) atribuiu à má qualidade dos serviços prestados na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) à Fundação Terra Mãe.
Com a retomada da gestão pelo município, a Prefeitura contratou o Instituto Provida, uma nova entidade para administrar a unidade, porém continua os mesmos problemas segundo informações de funcionários da unidade.
Voltando à carta, funcionários denunciam as péssimas condições de trabalho e as consequências para o atendimento de pacientes, muitos deles casos complexos. Os profissionais imploram por socorro e atualmente vivem uma “situação de desespero”, mas parece que isso não incomoda o Estado.
Em entrevista concedida ao Portal Folha do Vale, o vereador Rodrigo Junior Lima Gondim, conhecido como Rodrigo Gondim (União), confirmou o caos instalado na unidade. Ele disse que a Unacon é referência em tratamento oncológico para mais de 43 municípios da microrregião de Guanambi, com uma população de quase 800 mil habitantes.
O parlamentar relatou que trocou 6 por meia duzia, quando substitui uma empresa especializada na área oncológica por uma na área ortopédica. “São 90 dias sem serviço, inclusive cobrei a relação dos atendimentos na unidade após essa nova empresa assumir”, disse ele.
Veja entrevista completa no Canal da Folha do Vale.
Na visão de deputados e prefeitos, o caos da Unacon demonstra que Caetité não tem condições de gerenciar uma unidade da complexidade da Unacon. Alguns prefeitos citam que é preciso sentar com o governador para solucionar o problema, já que o maior prejudicado é a população.
Um deputado ouvido pela reportagem afirmou que fica provado que o problema não era a Terra Mãe, mas a interferência do município de Caetité. “Trocou de empresa e continua o problema, então vamos trocar de cidade”, frisou o parlamentar.
Em contato com a assessoria de comunicação de Caetité, a reportagem não obteve resposta. O espaço fica aberto para os devidos esclarecimentos
