Legalização do “Grau” como esporte gera polêmica na Bahia
Para prefeitos aliados do governador, a ideia de legalizar o grau é muito boa, porém está fora da realidade.
SALVADOR — Enquanto diversas cidades brasileiras tratam a prática do chamado “Grau” como uma questão pública e urgente, na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) declarou estar disposto a apoiar o “grau de moto” e inclusive indicou investimentos em construção de pistas.
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O tema ainda divide opiniões e tem sido alvo de críticas nas redes sociais, pela forma que Rodrigues tem tratado o assunto. Conhecido também como wheeling, é a manobra em que o piloto levanta a roda dianteira da motocicleta, deixando apenas a traseira em contato com o solo.
Ao se reunir com o ex-prefeito de Castro Alves, Thiancle Araújo (PSD), articulador da criação da Federação Baiana do Grau, cuja assembleia de fundação será realizada no dia 10 de dezembro, na Assembleia Legislativa da Bahia, Jerônimo sinalizou pelo apoio incondicional.
Ao se reunir com o ex-prefeito de Castro Alves, Rodrigues garantiu a criação de pistas no estado. Para prefeitos aliados do governador, a ideia de legalizar o grau é muito boa, porém está fora da realidade.
“Jerônimo não consegue dar suporte à saúde do estado que está na UTI, agora fala em criar pistas. Quem vai pagar essa conta são os municípios; a Bahia está endividada e só pegando empréstimo. Ele [Jerônimo] está agindo com o olhar em 2026, isso é um absurdo”, lembra um prefeito aliado.
Para outro aliado de Jerônimo, a Polícia Militar enfrenta uma dificuldade, sendo mantida na maioria das cidades pelos municípios, e agora o governador inventa uma modinha para agradar uma minoria. “Torço para que ele reveja essa decisão, ou vamos pagar um preço muito alto nos próximos anos”, lamenta.
O número de vítimas de acidentes com motocicletas internadas na Bahia em 2024 chegou a 12.888. Os dados mais que dobraram em relação a dez anos atrás. É o que aponta um balanço divulgado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).