Carinhanha ainda é a segunda cidade mais violenta da Microrregião de Guanambi 

Quase quatro anos depois pouca coisa mudou, mas o município só fica atrás apenas Guanambi, que lidera o ranking.

Violência doméstica. Foto: ilustrativa
Violência doméstica. Foto: ilustrativa

CARINHANHA – Uma reportagem publicada pelo Portal Folha do Vale em 2019 revelou que Carinhanha era o município mais violenta para mulheres na Microrregião. Carinhanha ficava atrás apenas de Guanambi, que lidera o ranking.

Os dados foram fornecidos pelo Poder Judiciário Carinhanha. A reportagem foi veiculada em março daquele ano, mas quase quatro anos depois pouca coisa mudou. Carinhanha continua na mesma posição com o maior potencial de risco de violência doméstica e violência contra a mulher, que não para de crescer. 

Nesse período, houve alguns avanços com a implantação da Patrulha Ronda Maria da Penha, coordenada pela Tenente PM Andréia, entretanto, a falta de uma delegacia especializada para atender essas vítimas tem desestimulado muitas mulheres, que acabam ‘preferindo’ o silêncio.  

Além da Patrulha, o município criou a Secretaria de Segurança Cidadã, chefiada por uma mulher, responsável por orientar essas vítimas de violências para acompanhamento no CREAS, Centro de Referência Especializada em Assistência Social.   

De acordo com o titular de Carinhanha, delegado Zanderlan Fernandes, houve um grande crescimento de ocorrências, necessitando de uma atenção especial das autoridades competentes.Questionado sobre o número de registro de ocorrência mensal, Zanderlan respondeu que nos próximos dias divulgará esses dados. 

Ele disse que em relação ao ano de 2021 houve uma queda no requerimento de medida protetiva, contudo, não há muito o que comemorar.

A falta de um promotor titular na cidade há mais de 16 anos também tem contribuído para esse tipo de crime, como afirma alguns advogados. “Tem situação emergência que o promotor demora mais 60 dias para se posicionar, então fica difícil trabalhar nessa Comarca”, reclama.   

Para um advogado existe uma confusão ainda de diferenciar violência doméstica e violência contra a mulher. Ele explica que violência doméstica é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial é considerada violência doméstica. 

O advogado esclarece que violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. 

Em dezembro de 2021, uma pesquisa de opinião “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher — 2021”, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, revelou um crescimento de 4% na percepção das mulheres sobre a violência em relação à edição anterior.  

A pesquisa aponta que 18% das mulheres agredidas por homens convivem com o agressor, enquanto 75% das entrevistadas, o medo leva a mulher a não denunciar. O estudo demonstra, no entanto, que 100% das vítimas agredidas por namorados e 79% das agredidas por maridos terminaram a relação. 

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