Montalvânia:Campanha eleitoral de 2012 não terá carros de som, fogos de artifícios e nem muros pintados

O acordo dividiu a população entre os que concordam e os que acham que tal medida vai tornar a eleição fria e apática, dificultando o contato direto dos candidatos com o eleitor.

A campanha eleitoral já teve início há quase um mês, mas em Montalvânia o clima de eleição ainda não faz parte do cotidiano do município. Enquanto não começam os comícios, reuniões e o programa na rádio local, grande parte da população ainda não conhece os candidatos e nem suas propostas. O barulho das músicas de campanha e os tradicionais foguetórios que sempre marcaram uma campanha eleitoral na cidade, desta vez foram banidos.

Os comandos das coligações que disputam a sucessão municipal na cidade firmaram termo de compromisso em que aceitaram a adoção de práticas eleitorais mais limpas e menos intrusivas na rotina da população. Pelo acordo, mediado pelo juiz eleitoral da Comarca, Dr. Ériton José Sant’ana Magalhães, os candidatos a prefeito e vereador ficam impedidos de veicular propaganda por meio de carros de som.

Ficou proibido também o uso de pinturas em muros e fachadas de residências ou marquises de prédios comerciais. Quem fez uso deste último recurso tem o prazo até segunda-feira (30/7) para mandar remover a sujeira.

Candidatos devem partir para o corpo a corpo
Montalvânia tem dois candidatos a prefeito e 48 postulantes a uma vaga na Câmara de Vereadores nestas eleições.

O atual prefeito José Aparecido Lisboa (PTB) concorre com Jordão Medrado (PR) em campanha que promete ser bastante morna após o consenso entre os partidos em não apelar para os meios tradicionais de propaganda política em pequenas cidades onde não há horário eleitoral.

Até mesmo as tradicionais queimas de fogos de artifícios, recurso que garante a animação dos eventos eleitorais não poderão ser utilizadas pelos partidos, candidatos e coligações. Medida que, por sinal, divide opiniões entre os que gostam do silêncio e quem torce para ver o circo pegar fogo.

O acordo de cavalheiros prevê ainda multa de até R$ 5 mil por evento, que pode ser paga de forma solidária entre os partidos políticos com candidatos no atual processo eleitoral. O dinheiro arrecadado com a cobrança das multas será destinado para entidades carentes, a critério da Justiça Eleitoral.

População dividida
O acordo dividiu a população entre os que concordam e os que acham que tal medida vai tornar a eleição fria e apática, dificultando o contato direto dos candidatos com o eleitor.

O entendimento é de que a Lei Eleitoral já faz muitas restrições ao processo eleitoral ao impedir shows artísticos durante os comícios e a distribuição de camisetas e que a adesão voluntária a medidas que vá restringir ainda mais à atuação dos candidatos só dificulta a corrida pelo voto do eleitor.

– Se a lei permite, porque não fazer o barulho que vai mobilizar o eleitor? Questiona um candidato que pediu para não ter o nome revelado. O argumento é o seguinte: à medida que se aproximar o dia da votação e ficar mais clara a polarização entre os dois principais candidatos na disputa, será preciso criar um clima de disputa ‘entre Cruzeiro e Atlético’ para influenciar o voto dos indecisos. Uma campanha sem fogos de artifício e sem o barulho dos carros de som contribuiria para a já preocupante apatia do eleitor.

Vamos aguardar para saber como será essa campanha inusitada sem carros de som, sem fogos de artifícios e sem muros pintados. Resta ouvir as propostas de cada candidato, pessoalmente ou através da rádio, para analisar e decidir pelo melhor. Que a ideia seja válida e contribua para um processo eleitoral democrático mais transparente, limpo e com mais respeito à população.

Edição www folhadovale.net

Por:Montalvania com.br

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