Sem fiscalização do Dnit, famílias constroem casas e cerca a beira da BR-30

Enquanto o Estado não tiver ação efetiva e controle dessas áreas, as pessoas vão se apoderar delas. Os órgãos não agem, não sabem em que regiões estão esses brasileiros. Enquanto isso, as áreas vão virando moradias e plantações.

Cerca no acostamento da BR-030

No país onde a desigualdade social fala mais alto e o Estado não consegue fiscalizar os 67 mil quilômetros de rodovias, brasileiros ocupam acostamentos e tratam áreas públicas como se fossem donos delas. O portal Folha do Vale percorreu os 116 km entre os municípios de Carinhanha/Guanambi, para contar histórias de quem transforma estradas em um quase quintal e sonha se beneficiar com indenizações pagas por processos de desapropriação.

Enquanto essas pessoas continuam ocupando área de domínio público, os motoristas são obrigados a dividirem o mesmo itinerário, já que o que devia ser acostamento transformou em pastos ou roças de pessoas de baixa renda se arriscam nas margens de rodovias da BR-030.

Os brasileiros que optaram por morar em lonas quentes ou em casas de adobe, que parecem estar prestes a desmoronar, acreditam que insistir em ficar nas áreas de risco, apesar da alta probabilidade da doença de chagas e da estrutura precária de saneamento, é a única forma de pressionar o governo. Outra estratégia usada pelos grandes agricultores e só e simplesmente em apossar do bem público.

Trecho Julião/Malhada

As margens da rodovia BR-030 abrigam gente como Ana Paula, 25 anos, que permanece no acostamento porque acredita ter “ser dona de um lote o lote próximo ao Entroncamento do Iuiú”.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, por sua vez, afirma que a retirada de invasores somente pode ser feita depois de um processo administrativo, cuja responsabilidade é do Dnit, a quem cabe a concessão de licenças.

Enquanto o Estado não tiver ação efetiva e controle dessas áreas, as pessoas vão se apoderar delas. Os órgãos não agem, não sabem em que regiões estão esses brasileiros. Enquanto isso, as áreas vão virando moradias e plantações.

Redação  folhadovale.net

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