Como é para uma mulher viver em uma das cidades mais violentas?

Dados do TJBA apontam o município como líder no número de ocorrências relacionadas à violência, especialmente contra o público feminino.

CARINHANHA — Viver em Carinhanha, no sudoeste da Bahia, considerada uma das cidades mais violentas da microrregião de Guanambi, é um desafio diário para as mulheres. Dados do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) apontam o município como líder no número de ocorrências relacionadas à violência, especialmente contra o público feminino.

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Entre as 23 cidades que integram a microrregião, Carinhanha, que contava com pouco mais de 30 mil habitantes em 2023, ocupava o primeiro lugar no ranking da violência. Passados quase dois anos, o cenário permanece praticamente inalterado, apesar das medidas adotadas ao longo do período.

Grande parte dos ataques sofridos por mulheres está relacionada à violência doméstica e familiar. Mesmo com iniciativas implementadas pelo titular da Comarca, juiz Arthur Antunes Amaro Neves, os números continuam elevados. Advogados ouvidos pela reportagem avaliam o trabalho do Judiciário como eficaz e comprometido, mas destacam que ele, sozinho, não é suficiente para reverter o quadro.

Segundo os profissionais, é fundamental uma atuação mais efetiva dos poderes Executivo e Legislativo, especialmente com a implantação de políticas públicas voltadas à prevenção e proteção das vítimas. Entre as medidas apontadas estão a criação da Ronda Maria da Penha no município e a disponibilização de um número direto e exclusivo para denúncias de violência doméstica.

A ausência dessas estruturas, segundo os advogados, contribui para o aumento dos casos e dificulta o acesso das vítimas à proteção imediata, reforçando o sentimento de medo e insegurança vivido diariamente por muitas mulheres em Carinhanha.

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