Vereador de Manga poderá perder o mandato por infidelidade partidária

O processo será relatado pelo desembargador Wander Paulo Marotta em ação de perda de mandato eletivo por desfiliação partidária levada àquela Corte pelos diretórios municipal e estadual do PPS.

Por: Luis Claudio Guedes

Hélio BoquinhaO vereador Hélio Soares de Assis, o Hélio Boquinha (sem partido), terceiro mais votado nas últimas eleições pra a Câmara Municipal de Manga, responde por processo de infidelidade partidária no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). O processo será relatado pelo desembargador Wander Paulo Marotta em ação de perda de mandato eletivo por desfiliação partidária levada àquela Corte pelos diretórios municipal e estadual do PPS.

Hélio Boquinha foi eleito para primeiro mandato na Câmara Municipal de Manga pelo PPS, do ex-prefeito Quinquinha Oliveira, mas aderiu ao grupo do atual prefeito Anastácio Guedes (PT), antes mesmo de tomar posse – na esteira das negociações políticas para a eleição do atual presidente da Câmara, Leonardo Pinheiro (PSB). O vereador deve se filiar a uma sigla da base do prefeito Anastácio, possivelmente ao próprio Partido dos Trabalhadores.

A migração de vereadores eleitos com discurso de oposição não se restringiu ao vira-folha Hélio Boquinha. Além dele, Raimundo Mendonça Sobrinho, o Gordo , e Hélio Soares de Assis, o Hélio Boquinha (PPS), e José de Sá Elvira, o Zé de Sá (DEM). O acordo foi selado durante encontro na noite da segunda-feira (31) na residência do vereador Leonardo, que contou, inclusive, com as presenças do prefeito Anastácio Guedes e do deputado estadual Paulo Guedes.

Hélio Boquinha pediu desfiliação do PPS em maio passado. Em carta ao presidente do diretório municipal da sigla, o ex-vereador Pio Martins, ele alegou motivos pessoais e disse que a saída era “em caráter irrevogável e irretratável”. Martins ainda tentou dissuadi-lo da ideia, mas teria ouvido como resposta que a decisão estava amadurecida e que não havia mais como voltar atrás. Ouvido pelo site, o ex-prefeito Quinquinha Oliveira diz que o sentimento dos antigos companheiros de Hélio Boquinha é de que ele utilizou a estrutura de palanques da então situação para se eleger e depois trocou de lado.

Para Quinquinha, foi traição…

“Fomos traídos por uma pessoa em que acreditávamos”, diz o ex-prefeito, para quem o vereador cometeu erro grave ao deixar o partido justamente no momento em que o povo sai às ruas para pedir mais ética na política e o fim da corrupção. “Se os políticos podem mudar de lado e de convicções do meio-dia para a tarde, então de que adianta ter partidos”, questionou o ex-prefeito.

Novato na seara da política, o vereador Hélio Boquinha foi uma das surpresas nas últimas eleições municipais em Manga. Com campanha centrada no Bairro Arvoredo, o mais populoso da cidade, Boquinha, 32 anos, recebeu o voto de 487 eleitores – número considerável para os padrões locais. Caso a Justiça Eleitoral confirme a perda de mandato por infidelidade, a vaga de Hélio Boquinha será ocupada pela suplente Jacilene Lopes de Oliveira, a Jácia (PPS), que pode vir a ser a presença feminina na Câmara totalmente dominada por homens.

Edição www folhadovale.net

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