Muito do que fala, pouco do que se faz
Com essa combinação avançada de leveza e inteligência dá até para fazer as manchetes na véspera dos acontecimentos.
O Primeiro de Maio mostrou que o Brasil está dividido: de um lado, o povo; do outro, as manchetes. Dito isso, é preciso admitir: o transformismo jornalístico está chegando à perfeição. Ele não depende mais da realidade. Isso sim é autonomia. Isso sim é liberdade. Isso sim é modernidade. Um jornalismo que não precisa de fatos é insuperável. Enquanto a velha escola obrigava o noticiário a carregar aquela âncora pesada de gentes, lugares, causas e consequências, as novas tecnologias substituíram isso tudo por um sutil espasmo digital.
Com essa combinação avançada de leveza e inteligência dá até para fazer as manchetes na véspera dos acontecimentos. Todo o mal decorrente das aberrantes estruturas governamentais de nosso país tem origem no simples fato de haverem multidões de pessoas cujo único meio de vida é a famigerada política. Faz-se imperiosa uma mudança constitucional que obrigue toda e qualquer pessoa que deseje ocupar um cargo político, que esta mesma possua uma ocupação fixa, publicamente reconhecida, e da qual consiga retirar proventos suficientes para lhe sustentar e à sua família. Segue a infecção nacional, sem atenção e cuidados. Enquanto isso quase todos lutam por uma única causa: a febre que dói. Seguindo na prática uma vida infundada. Uns dizem deter o amor, outros que discursam ódio, a febre do olho é a mesma, ansia louca pelo pódio.
Sou a favor da Economia livre, estado livre, sou liberal. Temos uma autonomia pra comprar um iPhone 15; mais não temos uma educação que funciona, temos tênis caro; mais não temos segurança pública de qualidade. Temos uma máquina pública que esmaga com o estado e os cidadãos. Acredito que seja necessário uma reforma política, por isso não acredito na esquerda nem nos ultra conservadores. Estamos em uma enchente, todos os rios transbordaram, está tudo sujo, calçada, guia, via, estrada. É preciso a água baixar. Vejo lados que defende parcialmente o que interessa a eles. QUANDO VOCÊ ENSINA O QUE VOCÊ NÃO APRENDEU, VOCÊ ESTÁ MULTIPLICANDO A Ignorância. O que mais temos são personagens, brasileiros, atores, militantes, políticos e democratas ignorantes.
Eu tenho a impressão de que estamos querendo lutar contra a febre ao invés de cuidar da infecção, febre é um remédio básico e rápido, infecção é mais demorado, complexo, ao longo prazo. Tenha a certeza você que lê está coluna, o principal problema do Brasil não é Lula nem Bolsonaro, mais sim a falta de interpretação de texto, não temos o básico para formar cidadania. Desafio você, interpretar este pensamento crítico. Estamos adoecidos enquanto seres humanos, emburrecemos todos os assuntos da vida. Somos omissos na grande comissão. Nosso olhar está aduecido, todo este debate sem relevância e edificação robou nossa sanidade. Fizemos e estamos fazendo do próximo figurinha, rótulo e crachá político. Enquanto nossa religião for sobre Deus, não seremos relevantes. Enquanto nossa religião for sobre Deus, estaremos em cruzada, guerra, litígio e beligerância. Quando na verdade religião é sobre visitar o outro na sua aflição, é me ligar ao outro na carência que ele tem. Penso as vezes que os cristãos, evangélicos está buscando um Constantino, um imperador que transforme a religião cristã em religião única do estado.
Pra você: Bolsominion, bolsonariano, direitariano, fascista, racista, homofóbico e intelectualoide; todos acabaram no fundo entrando em um ultra conservadorismo na sociedade, no fundo querendo ou não somos conservadores sem querer, nascemos de um pai e de uma mãe, não há fuga pra isso. Tradições que reje a humanidade como um todo. Em nome desta coisa rasa, deste resumo de discussão humana, criamos a cultura do sou contra, ou sou a favor. Sou contra o aborto, o aborto é pecado, abominável para Deus! Entretanto, somos parte da crítica, mais não somos parte da solução. Não há simetria. Por exemplo, você sabia que:
- Temos a terceira maior geração carcerária do mundo;
-70% dos presos são reencidentes; - 1 preso custa 8 vezes um aluno em escola pública, temos um ciclo social vicioso;
Pois é, precisamos materializar o discurso!
Pra você: sem escrúpulo, de esquerda, mãe dos pobres, jararaca, comunista sem saber, sindicalista, revolucionário, fã de Che Guevara e petista; Lula é lindão e nunca roubou ninguém. Se roubou, foi sem querer, A urna eletrônica é um ser humano como outro qualquer. Se na hora do voto você apertar a tecla e ela responder tocando o jingle do Lula, ouça até o fim (em respeito à liberdade de expressão). De fato, se quiser ser eleito, é melhor Lula retornar aos seus velhos hábitos e parar de dizer a verdade sobre o que pensa. Desdizer-se é uma arte pouco apreciada. Lula tem 800% das intenções de voto e se as eleições fossem hoje as urnas iriam explodir de tanto amor. É por isso que o companheiro Barroso não quer o voto auditável. Vai dar muito trabalho para contar quase 1 bilhão de votos. Melhor deixar quieto. O candidato disparado não pode sair nas ruas, Não é que ele tenha medo de ovos e tomates. É empatia. Os princípios de segurança sanitária são claros: se você roubou o povo e todo mundo viu, fique em casa.
No Brasil:
A polícia não pode combater o tráfico; Corruptos não podem ser presos; As urnas não podem ser auditadas; Médicos não podem receitar remédios; Parlamentares não podem falar; Jornalistas não podem perguntar; Os impostos não podem ser reduzidos; Viva a democracia!
A direita é a da caneta e a esquerda é a do relógio, ou ninguém mais usa caneta e relógio e estão todos no centrão do iPhone. Pra finalizar faça sua escolha, escolha o menos pior ou o mais pior. De toda forma, o melhor cenário será aquele em que os critérios da sociedade para decidir do que suspeitar e em que confiar sigam a observação dos fatos e não a fábrica de expectativas. Em 2030 você não vai ter nada e vai ser feliz. Boa sorte! A dúvida é se o Brasil vai se deixar embrulhar para presente.
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