Moradia não chega para quem precisa em Palmas de Monte Alto

“Mesmo nessa situação não perco a esperança, viajo mais de 2 km todo dia para pegar água. O pessoal que estava fazendo o asfalto tirou foto da gente, mas até hoje nada”.

A reportagem do portal Folha do Vale foi ao município de Palmas de Monte Alto, no sudoeste da Bahia, na manhã desta terça-feira, 14 de maio, para conhecer e narrar a história de uma família, que reside há 15 anos,na margem da BR-030,a cerca de 25 km da sede do município,na região da EBDA.A família vive esquecida de tudo e sobrevive com R$ 252 ,que recebe do Bolsa Família.

“Nos barracos da cidade, ninguém mais tem ilusão. No poder da autoridade de tomar a decisão”. A música de Gilberto Gil retrata a realidade de pessoas que não têm acesso à moradia digna. Esse direito já estava previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, desde 1948. No Brasil, foi preciso tempo e luta para incluí-lo no artigo 6º da Constituição. Somente em 2000, por meio de uma emenda, a habitação adequada tornou-se direito do cidadão. Mas, afinal, o que é moradia digna?

A família de José Ferreira dos Santos (Totó) de 59 anos e dona Neuza de Souza Almeida (Baia) de 54 anos, conhecem bem essa realidade, desde que escolheu a BR-030 para morar na década de 90. Dona Baia contou que já se inscreveu nos programas de moradia popular da prefeitura, mas até o momento não obteve sucesso. “Quero sair desse barraco e ter um banheiro com água encanada. Acho que vai ser melhor pra todo mundo”, conta.

Segundo dona Baia, o pouco que ela recebe do Bolsa Família mal dar para comprar alimento. “Mesmo nessa situação não perco a esperança, viajo mais de 2 km todo dia para pegar água. O pessoal que estava fazendo o asfalto tirou foto da gente, mas até hoje nada”.

De acordo com informaçoes colhidas pelo portal, as 200 casas que foram entregues através do Programa Carta de Crédito (Resolução 460/518) que estabelece a utilização dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento da casa própria, hoje boa parte dessas estão fechadas. Isso devido à forma que as pessoas foram contempladas.

O portal apurou que muitos beneficiários estão alugando suas residências e até vendendo. “Tem cidadão que ganhou a casa e não mora, outros estão com elas fechadas desde 2008. É vergonhoso ver várias casas fechadas, enquanto outras lutam para sair dos barracos, convivendo com o barbeiro, ratos e fazendo suas necessidades fisiológicas sem nenhum tipo de higiene”, disse um morador do Loteamento Nova Palmas.

 

Redação www folhadovale.net

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