Início da operação da Balsa Califórnia, com lanchonete a bordo, deve melhorar qualidade do serviço em Manga
A Balsa Califórnia foi vistoriada pela Capitania dos Portos de Bom Jesus da Lapa e deve passar por um último teste de navegação para finalmente receber a homologação da Marinha do Brasil.
Por:luisclaudioguedes.com.br

Na última terça-feira (28) apenas a Balsa Margarida operava na travessia do rio São Francisco entre Manga e Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas. A pane no motor de um dos rebocadores, justamente o que tem capacidade para mover a Balsa Confiança, de maior porte, atrasou as manobras de embarque e desembarque e deixou motoristas irritados.
Atrasos na travessia têm se repetido com alguma frequência nos últimos meses, o que leva à piora da avaliação do serviço por parte dos motoristas. Para complicar ainda mais, as chuvas que caíram na região nos últimos dias deixam as praças de embarque, especialmente aquela do lado de Manga, provocam atrasos nas manobras de embarque e desembarque.
A qualidade do serviço caiu e o usuário já percebeu isso. Segundo a empresa paraense Navegação Confiança, a atual concessionária que administra a travessia local, os problemas serão sanados em curto prazo. A principal medida é o início da operação da Balsa Califórnia, com capacidade para receber 55 veículos – demanda que nem chega a existir naquele ponto do Velho Chico.
A nova embarcação está em solo na cidade baiana de Carinhanha e deve chegar a Manga nos próximos dias, onde deve ficar adernda ainda por algum tempo para receber a estrutura do andar superior. A Balsa Califórnia foi vistoriada pela Capitania dos Portos de Bom Jesus da Lapa e deve passar por um último teste de navegação para finalmente receber a homologação da Marinha do Brasil.
A nova balsa tem 54 metros de comprimentos por 12,5 de largura, mas sua área útil é superior a 600 metros quadrados porque a estrutura tem dois andares. O diferencial da Balsa Califórnia serão os serviços de bordo oferecidos por uma lanchonete no segundo andar, onde os passageiros deverão ser instalados com mais segurança durante o tempo da travessia.
O empresário Carlos Bannach, dono da Navegação Confiança, contou ao site que enfrentou “dificuldades não previstas” desde que assumiu a travessia, em maio do ano passado, e que ainda passa por uma “fase de aprendizado” para conhecer as características da operação entre Manga e Matias Cardoso. “A maior parte dos nossos problemas para administrar o serviço tem origem nas péssimas condições dos dois portos, especialmente aquele do lado de Manga”, explica Bannach, que tem quase 40 anos de experiência no ramo da navegação fluvial.
Investimentos nas praças de embarques
O edital lançado pela Secretaria de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop), ainda durante o mandato do ex-governador Antonio Anastasia, prevê investimentos para a adequação de ambas as margens, em Manga e Matias Cardoso. A Navegação Confiança está obrigada a realizar, no prazo de três anos após a adjudicação da concorrência, obras de pavimentação das praças de embarque e desembarque, além da regularização de toda documentação técnica que viabilize o pleno funcionamento perante os órgãos competentes.
Esse processo caminha a passos de tartaruga porque qualquer intervenção no barranco do Rio depende da liberação de licenças de órgãos ambientais. A situação precária dos pontos de embarques e desembarques demanda por terraplenagens constantes, cortes para nivelamento de atracação, pavimentação e sistema de drenagem para garantir o pleno funcionamento dos serviços. A empresa ainda não conseguiu autorização para realizar obras no local.