SÃO PAULO — O baiano de Monte Santo, Fabio Jesus Correia, terceiro colocado na 100ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, realizada nesta quarta-feira (31), em São Paulo, fez um desabafo logo após cruzar a linha de chegada.

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Em entrevista concedida à TV Globo, o atleta agradeceu o apoio recebido, mas não escondeu a frustração com a falta de incentivo ao atletismo no Brasil. Fábio relatou as dificuldades enfrentadas ao longo da carreira e criticou a ausência de políticas públicas mais efetivas para o esporte de alto rendimento.

Mesmo diante dos obstáculos, o baiano destacou que conseguiu melhorar seu tempo na prova, ressaltando que o país poderia investir mais na formação e no suporte aos atletas. O sentimento expressado por ele reflete a realidade de milhares de corredores espalhados pelo Brasil, muitos dos quais não recebem qualquer apoio dos gestores públicos de suas cidades de origem.

Fabio Jesus Correia foi descoberto aos 14 anos, quando corria descalço, e desde então vem acumulando marcas expressivas. Em 2022, conquistou o quarto lugar na 97ª edição da São Silvestre, consolidando-se como um dos principais nomes do atletismo nacional.

Sua chegada a São Paulo, em 2019, não teve relação com o esporte. Na época, mudou-se para a capital paulista após receber uma proposta de emprego como coletor de lixo. Pai aos 16 anos, Fábio carrega uma trajetória marcada pela superação. Além de gari, já trabalhou em fazenda cuidando do gado e do capim e também atuou como motorista de aplicativo.

A história do atleta baiano é símbolo de resistência e talento, mas também evidencia os desafios enfrentados por esportistas que, mesmo alcançando resultados expressivos, ainda lutam por reconhecimento e apoio no Brasil.

Classificação Geral

1º lugar – Muse Gizachew (Etiópia)
2º lugar – Jonathan Kipkoech (Quênia)
3º lugar – Fábio Jesus Correia (Brasil)
4º lugar – William Kibor (Quênia)
5º lugar- Reuben Poghisho (Quênia)