Criação de Pirarucu em Malhada traz risco a espécies nativas
Foram dois gigantes fisgados em 41 dias no município, sendo um no Rio São Francisco e outro na lagoa do Mocambo.
MALHADA — A captura de dois pirarucus na cidade de Malhada, na região sudoeste da Bahia, em um curto espaço de tempo, tem provocado uma discussão ampla entre os especialistas. Foram dois gigantes fisgados em 41 dias, sendo um no Rio São Francisco e outro na lagoa do Mocambo.
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Conforme informação repassada à Folha do Vale, o peixe invasor está sendo reproduzido na cidade de Malhada. Na condição de anonimato, uma pessoa informou que não é de agora que ocorre a reprodução de peixe às margens do Velho Chico.
“Façam uma fiscalização às margens do rio e confiram o que estou dizendo, mas não é um trabalho meu. Peço que não divulgue meu nome, esse pessoal é muito complicado”, comenta.
O biólogo Mário Luís Orsi, alerta sobre a introdução do pirarucu (Arapaima gigas) na cidade. Originária da bacia Amazônica, a espécie, a maior de água doce em todo o mundo, vem sendo capturada com cada vez mais frequência em trechos do Velho Chico e lagoas, atraindo o interesse de pescadores.
Por outro lado, o fenômeno do crescimento populacional do pirarucu na região pode trazer riscos ainda desconhecidos à saúde humana e resultar em impactos ambientais irreversíveis, como o desaparecimento de espécies nativas muito importantes econômica e ecologicamente.
O pesquisador solicitou para não haver mais soltura em nenhum outro lugar, mas precisa haver uma conscientização por parte de quem reproduz.