Corpo de ativista João Leonardo enterrado em Palmas de Monte Alto será exumado nesta terça-feira

O ativista foi enterrado com nome falso no Cemitério de Palmas de Monte Alto, no Sudoeste da Bahia

Foto reprodução/arquivo
Foto reprodução/arquivo

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos vai exumar os restos mortais de João Leonardo da Silva Rocha, ex-militante da luta armada que integrou a ALN (Ação Libertadora Nacional) e o Molipo (Movimento de Libertação Popular).

Conforme informou os membros da Comissão sobre mortos, João Leonardo foi executado em uma fazenda na zona rural do município, em 1975. O ativista foi enterrado com nome falso no Cemitério de Palmas de Monte Alto, no Sudoeste da Bahia.

Segundo o advogado Miguel Pires, uma audiência pública será realizada no dia 28 de agosto, no colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura. Na terça-feira (29), inicia o processo de exumação dos restos mortais de João Leonardo.

O jornalista e Coordenador-Geral do Projeto Memória e a Verdade da SDH, Ivan Seixas, se dedica a investigar o paradeiro de desaparecidos políticos nos anos de chumbo, disse que ouviu várias testemunhas que conviveram com o militante, até  identificar o ativista desaparecido e localizar sua cova.

O Coordenador afirmou ao portal Folha do Vale, que João Leonardo foi enterrado com nome falso de José Eduardo da Costa Lourenço, por ele adotado para tentar se proteger diante da intensa perseguição a que se tornou alvo.  “Dois personagens foram fundamentais para elucidar o caso: o pedreiro Almerindo Porto Lopes, conhecido por Nélio, que ajudou a enterrar o corpo, e o agricultor conhecido por Jerônimo, o único que sabia que João Leonardo pertencia ao Molipo, usava nome falso e, apesar de ter sempre a polícia no seu encalço, tentava organizar a resistência ao regime”, concluiu Ivan.

Em 2016, o portal Folha do Vale esteve no auditório da Câmara de Vereadores de Palmas de Monte Alto,com integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA),participando de uma Audiência Pública, ocasião que confirmou as informações de onde foram enterrados os restos mortais do militante político João Leonardo.Ele foi  morto  em suposto confronto com policiais militares período da Ditadura Militar.

Em abril, duas arqueólogas forenses que desenvolvem projeto junto à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) estiveram no município, realizando referenciamento do cemitério, dialogando com o poder público e também com familiares que possuem entes queridos enterrados nas proximidades de onde teria sido sepultado João Leonardo.

Os restos mortais de João Leonardo serão depositados em Brasília ou São Paulo, o local ainda não foi definido.

Redação www folhadovale.net

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