Corpo de ativista João Leonardo enterrado em Palmas de Monte Alto começa ser exumado

João Leonardo foi enterrado com nome falso de José Eduardo da Costa Lourenço, por ele adotado para tentar se proteger diante da intensa perseguição a que se tornou alvo

crédito /Vilson Nunes / Rádio Visão FM
crédito /Vilson Nunes / Rádio Visão FM

Iniciou na manhã desta terça-feira (29), o processo de exumação do ativista João Leonardo da Silva Rocha, ex-militante da luta armada que integrou a ALN (Ação Libertadora Nacional) e o Molipo (Movimento de Libertação Popular), executado em uma fazenda na zona rural do município de Palmas de Monte Alto, no Sudoeste Baiano, em 1975.

Os responsáveis pela exumação isolaram toda a área do cemitério para evitar a exposição do procedimento. Apenas a imprensa, técnicos e policiais podem circular pela rua em frente ao cemitério. João Leonardo foi enterrado com nome falso de José Eduardo da Costa Lourenço, por ele adotado para tentar se proteger diante da intensa perseguição a que se tornou alvo.

Na noite da última segunda-feira, 28 de agosto, membros da comissão realizaram uma reunião no Colégio Municipal Eliza Teixeira de Moura, no Auditório Jorge Amado. Membros da comissão explicaram como acontece o processo exumação dos restos do ativista.

De acordo o radialista Vilson Nunes, a mesa foi composta pelo médico perito Samuel Teixeira –  cedido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Ministério da Justiça) para colaborar com os trabalhos da Comissão; Carlos Vitor – Procurador do MPF em Guanambi;  Eugênia Gonzaga – Procuradora do MPF e também presidenta da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos; prefeito de Palmas de Monte Alto, Manoel Rubens Vicente da  Cruz; Lúcia Helena Ribeiro – 1ª dama e secretária municipal de Assistência Social; Wanderson Pimenta – representando o Centro Cultural João Leonardo; Mário Rocha – irmão mais velho de João Leonardo e Celso Horta – ex-preso político e jornalista colaborador da comissão especial.

Em 2016, o portal Folha do Vale esteve no auditório da Câmara de Vereadores de Palmas de Monte Alto,com integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA),participando de uma Audiência Pública, ocasião que confirmou as informações de onde foram enterrados os restos mortais do militante político João Leonardo. Ele foi  morto  em suposto confronto com policiais militares período da Ditadura Militar.

Em abril, duas arqueólogas forenses que desenvolvem projeto junto à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) estiveram no município, realizando referenciamento do cemitério, dialogando com o poder público e também com familiares que possuem entes queridos enterrados nas proximidades de onde teria sido sepultado João Leonardo.

Redação www folhadovale.net

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