“A atitude da atual administração tem cunho meramente eleitoreiro”,diz Cordoval
João Cordoval diz ainda que vai apoiar os mais de 100 candidatos aprovados a conseguir a nomeação pela via judicial.
As declarações do chefe do gabinete da Prefeitura de Matias Cardoso,no norte de Minas Gerais, Adalton Araújo, ao jornal ‘Hoje em Dia’, de Belo Horizonte,foi apenas um protesto para o ex-prefeito João Cordoval (PT), romper definitivo com Edmárcio Moura Leal, o Edmárcio da Sisan (PSC), seu sucessor no cargo e atual prefeito de Matias Cardoso.
Segundo uma publicação do site Em Tempo Real, Cordoval apoiou a eleição de Edmárcio, mas diz que se considera ‘traído’ com o tratamento que recebe do ex-aliado.
Na edição publicada na última segunda-feira,10 de junho, o jornal informa que o Ministério Público de Minas Gerais investiga fraudes em concursos públicos feitos por prefeituras do Norte de Minas, com indícios de irregularidades cometidas por empresas contratadas para elaborar as provas, em gestões passadas, nos municípios de São João da Ponte, Matias Cardoso e Augusto de Lima. Em Matias, o chefe de gabinete do prefeito diz que o concurso foi cancelado e novo processo seletivo deve acontecer até dezembro deste ano.
“Mudei de Matias Cardoso para não interferir na atual administração, mas sinto-me atacado. Por isso tenho a obrigação de tornar público alguns esclarecimentos”, escreveu o ex-prefeito. Em tom de quem se sentiu traído pela nova administração, o ex-prefeito acusa o chefe de gabinete Adalton de “mentir descaradamente” quando afirmado que o concurso lançado por sua administração em 2012 foi anulado.
Em nota divulgada no Facebook e enviada a este Em Tempo Real, Cordoval diz ter sido surpreendido com a matéria e desafia o chefe de gabinete mostrar a decisão judicial que cancelou o concurso público realizado ao final do seu mandato. O prefeito Edmárcio da Sisan nomeou comissão formada por três auxiliares para apurar supostas falhas na organização do certame. O prazo para a comissão apresentar seu relatório termina em junho, quando pode ser oferecida denúncia ao Ministério Público.
“O que houve foi a assinatura de um termo de ajuste de conta entre a Prefeitura e o Ministério Público para apurar eventuais irregularidades”, diz Cordoval, com a explicação de que isso, por si só, não acarretaria nulidade do concurso público. “Constatada alguma irregularidade, aí sim, poderá haver alguma ação, mas isso demandará tempo e prova incontestável de fato ocorrido”, acrescenta o ex-prefeito.
Segundo o ‘Hoje em Dia’, o Ministério Público investiga empresas que aplicaram provas sem participar de licitação. No caso de Matias Cardoso, o concurso oferecia 109 vagas com salários entre R$ 622 e R$ 8.000. O certame foi organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan), mas os aprovados ainda não tomaram posse por suposta irregularidades.
Promessas de campanha…
A declaração irritou Cordoval, que rebate a informação do jornal com o argumento de que “o concurso obedeceu todos os trâmites exigidos por Lei, inclusive, da licitação, que utilizou a modalidade de dispensa”. Edmárcio diz que ligou para Edmárcio há coisa de um mês, quando conversaram sobre o concurso. O atual prefeito teria concordado que a melhor alternativa seria respeitar o resultado do processo seletivo e nomear os aprovados.
O ex-prefeito acusa seu sucessor Edmárcio de agir por motivação eleitoreira. “A atitude da atual administração tem cunho meramente eleitoreiro, pois, se obrigado a dar posse aos aprovados no concurso da minha gestão, não poderá cumprir com as promessas de emprego feitas durante a campanha política”, ataca.
Cordoval diz que a dispensa de licitação também foi utilizada por Edmárcio da Sisan para contratar a banda Rasta Chinelo por R$ 65 mil para apresentação recente na Festa do Limão. O ex-prefeito insinua que o ato não ‘preencheu os requisitos’. Em tom francamente oposicionista, o ex-prefeito diz que a atual administração não cumpre a promessa feita ao Ministério Público de não empregar parentes até o terceiro grau do atual prefeito na administração. João Cordoval diz ainda que vai apoiar os mais de 100 candidatos aprovados a conseguir a nomeação pela via judicial.
“Isso não vem ocorrendo, conforme é do conhecimento público e notório para todos os cidadãos matienses”, diz Cordoval, que ameaça ainda medidas cabíveis contra o chefe de gabinete Adalto Araújo e o jornal ‘Hoje em Dia’, que não ouviu a sua versão sobre o episódio. Contatado por telefone, o prefeito Edmárcio da Sisan não foi localizado para comentar o assunto.
Por: Em Tempo Real
Edição www folhadovale.net