Petistas e Tucanos repudiam nível de debate dos presidenciáveis
O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que não faria acusações a Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto em março e citado por Dilma no debate. “Eu não uso isso, não. Acho muito delicado.”

O segundo turno abriu uma guerra no PMDB, maior partido da coligação de Dilma Rousseff (PT). O vice-presidente Michel Temer se irritou com a declaração do líder na Câmara, Eduardo Cunha, de que perderá o comando da sigla se Aécio Neves (PSDB) for eleito. “Seguindo este raciocínio, se Dilma vencer, ele não poderá ser presidente da Câmara nem líder do PMDB”, contra-ataca Temer. O vice decidiu reagir após receber diagnóstico de que a maioria dos deputados defende a presidente.
O nível da pancadaria no debate do SBT surpreendeu petistas e tucanos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) achou o tom muito mais pesado que o de seus confrontos com Lula em 2006. “Presidencialismo é assim, é canelada. Mas acho que eles estão exagerando.”
De volta a 1989 De um tucano, sobre o fato de Dilma ter citado parentes de Aécio. “Parece que ele não aprendeu nada com o que o Collor fez com a Lurian”. Há 25 anos, o ex-presidente levou uma ex-namorada de Lula à TV para acusá-lo de esconder a filha.
Luta livre Dilma fuzilou o rival com os olhos quando ele revidou dizendo que ela arrumou emprego público para o irmão. No intervalo, olhando para a petista, Aécio vibrou com aliados: “Pode vir quente que eu estou fervendo”.
Deixa o morto: O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que não faria acusações a Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto em março e citado por Dilma no debate. “Eu não uso isso, não. Acho muito delicado.”
Vai devagar O petista afirmou que o PT precisa ter cautela ao criticar políticos citados nas delações premiadas do escândalo da Petrobras. Na opinião dele, os tucanos não tomam esse cuidado.
Sou você ontem Ainda no estúdio, Aécio disse a Marina Silva, pelo celular, que se lembrou dos ataques contra ela no primeiro turno. “Pensei muito em você. Lembrei do que você falou: isso não é um vale-tudo para mim.”
Não fui eu Na saída, os dois candidatos se acusavam pelo nível do debate. “Ele começou o conflito”, afirmou Dilma, recuperando-se da crise de pressão baixa. “Ela está desesperada”, disse Aécio.
Ritmo de festa Antes da troca de insultos, os petistas estavam animados para encontrar Silvio Santos. No helicóptero, Dilma e assessores cantaram juntos a musiquinha do “Show de Calouros”: “Lararará, lararará…”
Sair das cordas A campanha de Aécio concluiu que ele precisa deixar o discurso de vítima e ampliar os ataques a Dilma na TV. O tucano prepara novas peças para tentar ligar a rival às suspeitas de desvios na Petrobras.
Os petistas decidiram reduzir os ataques à gestão de Aécio em Minas Gerais. “Saturou, 95% da população já tomou conhecimento disso”, diz um estrategista.
Por: Folha de S.Paulo