Município pode ter três candidatos com o selo ‘filhos da terra’ nas eleições de outubro

Por:Luisclaudioguedes.com.br

O escritor Carlos Diamantino em conversas com Paulo Guedes e Quinquinha: manguenses na política
O escritor Carlos Diamantino em conversas com Paulo Guedes e Quinquinha: manguenses na política

Por muito tempo o eleitor de cidades do porte de Manga, no extremo norte-mineiro, só tinha a opção de votar em candidatos paraquedistas nas eleições proporcionais – aquelas que elegem deputados e senadores. Por pura falta de nomes locais nas cédulas eleitorais. Em algumas dessas pequenas cidades, a realidade tem mudado. A retomada da normalidade democrática, com eleições a cada dois anos, tem permitido que nomes de políticos dos chamados grotões também entrem na disputa pelos vagas representatividade legislativa.

O que necessariamente ainda não ocorreu foi o aumento da representação regional, porque permanecem inalterados os velhos vícios que permitem ao centro se sobrepor, invariavelmente pelo poder econômico, aos reclamos das periferias do solo mineiro por mais participação política. Casos como o do deputado estadual Paulo Guedes (PT), em segundo mandato e com chances de chegar ao terceiro, que saiu da pequena Manga para projeção em todo o Estado, ainda são pontos fora da curva.

Agora mesmo estão novamente em curso os movimentos de bastidores que antecedem as temporadas de eleição – com as especulações sobre candidaturas locais em várias cidades do Norte de Minas, muitas delas com o objetivo de quebrar a hegemonia que Montes Claros mantém há décadas na eleição de norte-mineiros para os parlamentos.

A pequena Manga está novamente no páreo – a despeito de ter encolhido sua população ao longo das últimas décadas – de quase 60 mil habitantes para as atuais 19.898 vidas [segundo estimativa do IBGE], por conta de movimentos migratórios e da onda de emancipações das décadas de 1980\1990. Além do petista Guedes, que praticamente emenda uma campanha após a outra, o município deve contar ainda com as candidaturas do jornalista e escritor Carlos Diamantino Alkmim (PDT) e do empresário e ex-prefeito Quinquinha Oliveira (PTdoB).

Destino: política

Recém-aposentado no serviço público, Diamantino se orgulha de ter convivido, desde os anos 1980, na antessala de seis governadores mineiros, durante o período em que atuou na assessoria de comunicação do Palácio da Liberdade, agora Tiradentes. O jornalista avalia que tem a ‘política como destino’ inevitável para ocupar o ócio que a aposentadoria lhe rendeu e se prepara para disputar uma cadeira na Câmara Federal.

O gosto pela atividade, ele diz, o acompanha desde a infância em Manga, quanto foi testemunha ocular das manobras das raposas locais da UDN e do PR, durante reuniões ainda à luz de lamparinas, comandadas pelo seu avô, Zuza Diamantino, e que tinham como convivas o então prefeito Antônio Montalvão, udenista de primeira linha, e o seu sucessor, Erasmo Gonzaga, o vice-prefeito Hélio Sales e outras figuras que protagonizaram a cena política local nas décadas de 1959 até o início dos anos 1970.

Já o ex-prefeito Quinquinha vive a dúvida hamletiana do ser ou não ser candidato a deputado federal. Em recente comemoração no Restaurante Barranco, logo após ter evitado a rejeição de das contas da sua administração pela atual Câmara de Manga, ele comentou o assunto e deu a entender que tem opções de retorno à política no horizonte imediato e de médio prazo.

Uma delas, é disputar mandato de deputado federal já em outubro próximo. Nem tanto com o propósito de se eleger, mas para manter o seu nome na memória do eleitorado das cidades de Manga e Januária, que seriam as duas alternativas em estudo para 2016. O prefeito desconversa quando indagado sobre o assunto, com o argumento de que precisa cuidar de suas empresas que ficaram à deriva durante os quase seis anos em que ocupou o cargo de prefeito de Manga.

Ele não nega, entretanto, que teria sido sondado para disputar o cargo de prefeito de Januária. Diante da objeção de que o município se tornou uma espécie de cemitério de reputações políticas ao longo dos últimos anos, Quinquinha arremata que muitos prefeitos chegam ao cargo sem o devido preparo e, por isso, deixam a desejar. Nas entrelinhas, a sugestão de que ele tem experiência acumulada para ‘salvar’ Januária da crise já endêmica que todos conhecem.

A sorte ainda não está lançada, pois a política deve dar um tempo para o Planeta Bola em que o país se transforma já nos próximos dias. Passada a Copa do Mundo, será tempo dos pretensos candidatos ultrapassarem a porteira que separa as intenções e sonhos do duro caminho em direção às urnas. Será tempo de Manga mostrar que consegue imprimir marca própria na política norte-mineira.

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