Obras interrompidas da BR-135 na divisa com a Bahia deixam moradores indignados
Já os 17 quilômetros entre Montalvânia e o distrito de Pitarana, na divisa com a Bahia, o asfalto foi feito até a ponte que foi erguida sobre rio Carinhanha, mas, só ficou nisso, se transformando em um grande elefante branco.
A equipe do portal Folha do Vale percorreu na última sexta-feira, 15 de novembro, o trecho de quase 40 quilômetros entre os distritos de Monte Rey e Pitarana, na divisa com a Bahia. Esse itinerário a equipe viu de perto o cenário de um Brasil, que não tem interesse em investir no interior do País.
As obras foram paralisadas desde o final de 2011, devido à empresa A SPA Engenharia, escolhida pelo Ministério dos Transportes para realizar as obras de pavimentação do trecho, não conseguiu cumprir o cronograma acordado para o final da obra e deixou a região sem concluir a fase de terraplanagem da rodovia.
Já os 17 quilômetros entre Montalvânia e o distrito de Pitarana, na divisa com a Bahia, o asfalto foi feito até a ponte que foi erguida sobre rio Carinhanha, mas, só ficou nisso, se transformando em um grande elefante branco. As obras têm mais de dois anos que foram paralisadas.
Segundo os moradores da região, enquanto o dinheiro público é desce as águas do rio Carinhanha, eles ficam isolados já que o único acesso para o estado da Bahia é feito pela ponte de madeira que não oferecer condições alguma. “Na época alegaram problemas ambientais, mas acho que não foi isso não. Temos esperança que esse sonho de trinta anos deixe de ser sonho e vire realidade”, contou Marcos Silva.
Os moradores do extremo norte de Minas Gerais, sonha com a chegada do asfalto há 30 anos, aonde a pavimentação dos primeiros 10 quilômetros em 1998, parecia que a esperança se transformaria em realidade. Passados 15 anos, o asfalto da rodovia ainda é sonho.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), existem registros da destinação de R$ 25,5 milhões para as obras da rodovia, em valores de abril de 2002. A primeira paralisação ocorreu em janeiro de 2000.
os 110 quilômetros entre os municípios Itacarambi e Montalvânia, o trecho de 48 quilômetros até Manga deveria ter sido o primeiro a ser concluído. No entanto, foi o primeiro a sofrer interrupção e até hoje as obras não foram retomadas. Quem viaja de Itacarambi para Manga, logo que atravessa os primeiros quilômetros, precisa tomar cuidado para evitar acidentes, pois existem apenas trechos de pista pavimentada que se alternam com outros, de terra, evidenciando que as obras foram interrompidas repentinamente.
O ex-alcaide de Manga Joaquim Oliveira Sá Filho (PPS), o Quinquinha, disse que, além de irregularidades apontadas pelo TCU, os serviços na estrada entre Itacarambi e Manga foram interrompidos por problemas no licenciamento ambiental das obras. “Houve dificuldades também pelo fato de a estrada passar dentro de uma área indígena (da etnia xacriabá)”, informou Quinquinha, que administrou a cidade entre 2007 e 2012.
De acordo com o Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Montes Claros, a empreiteira contratada para asfaltar a estrada abandonou os serviços porque faliu. O órgão informou que está providenciando nova licitação para contratar outra firma e também providenciando um novo projeto.
Redação www folhadovale.net
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