Dentista é indiciada novamente por procedimentos estéticos irregulares em Vitória da Conquista
Conforme informações da Polícia Civil, o total de vítimas chega a dez e laudos apontam deformidades permanentes.
VITÓRIA DA CONQUISTA – A Polícia Civil da Bahia concluiu mais uma investigação envolvendo procedimentos estéticos supostamente realizados de forma irregular por uma cirurgiã-dentista em Vitória da Conquista.
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O sexto inquérito foi finalizado nesta quinta-feira, 4 de dezembro, pela 1ª Delegacia Territorial, resultando em novo indiciamento da profissional pelos crimes de lesão corporal grave com deformidade permanente e exercício ilegal da medicina.
De acordo com a Polícia Civil, os dois casos analisados neste inquérito ocorreram nos dias 5 e 16 de maio de 2025. As vítimas apresentaram cicatrizes significativas: cortes na região submandibular medindo entre 1,6 cm e 2,5 cm, além de cicatrizes elevadas próximas às orelhas, variando de 3,1 cm a 5 cm. Os laudos periciais confirmam que as marcas são resultantes dos procedimentos realizados na clínica investigada.
A investigação identificou divergências entre o que foi informado às pacientes e o que foi efetivamente realizado. No Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelas vítimas, constam apenas referências a pequenos cortes abaixo do queixo, sem qualquer menção à realização de incisões na região das orelhas.
As perícias têm comprovado justamente o contrário, evidenciando uma falta de transparência e violação dos princípios éticos que regem a área da saúde.
Questionada sobre a comunicação prévia às pacientes quanto aos cortes próximos às orelhas, a dentista utilizou o direito constitucional ao silêncio.
A profissional já havia sido indiciada anteriormente por procedimentos semelhantes envolvendo outras oito mulheres. O Ministério Público apresentou denúncia formal em relação a sete dessas vítimas.
A realização desse tipo de intervenção estética por cirurgiões-dentistas é proibida pela Resolução CFO nº 230/2020, do Conselho Federal de Odontologia, norma que reforça os limites legais da atuação profissional.
Com os novos casos confirmados, o número de vítimas de procedimentos irregulares atribuídos à dentista chega a dez.