Obras de energia e infraestrutura avançam sobre territórios quilombolas no Sudoeste e Oeste da Bahia
Parte desses projetos atinge diretamente comunidades localizadas no Sudoeste e Oeste do estado, como Caetité, Gentio de Ouro, Palmas de Monte Alto e Bom Jesus da Lapa.
BAHIA – Entre 2013 e 2024, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) licenciou 39 empreendimentos em territórios quilombolas na Bahia, sendo 10 voltados à geração de energia eólica. Parte desses projetos atinge diretamente comunidades localizadas no Sudoeste e Oeste do estado, como Caetité, Gentio de Ouro, Palmas de Monte Alto e Bom Jesus da Lapa.
Entre os empreendimentos, estão o Complexo Eólico Alto Sertão III, o Parque Eólico Associações (com 69 aerogeradores e 379,5 MW) e o Complexo Eólico Assuruá 6, que conta com 95 aerogeradores e 532 MW instalados em Gentio de Ouro e Santa Cruz Cabrália.
Além dos projetos estaduais, o Ibama autorizou, desde 2010, obras de infraestrutura em 21 territórios quilombolas no estado. No Sudoeste e Oeste baiano, destaque para a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), licenciada em 2011, que atravessa municípios como Caetité, Palmas de Monte Alto, Riacho de Santana e Bom Jesus da Lapa.
As obras da Fiol 1, entre Caetité e Ilhéus, foram suspensas em abril de 2025, após o rompimento de contrato da empresa Bamin com a Prumo Engenharia. O trecho está 75% concluído, com investimentos de R$ 784 milhões.
Especialistas e lideranças quilombolas têm demonstrado preocupação com o avanço desses empreendimentos sobre comunidades tradicionais, apontando riscos sociais e ambientais.
Com informações do Bahia Notícias