“Tião Nunes tentou me subornar pedindo R$ 60 mil”, diz suplente de vereador Dabim

A entrevista foi concedida em sua residência na manhã de quarta-feira (16), no distrito de Mutãs, em Guanambi, na região sudoeste da Bahia.

Tião Nunes na casa de Dabim. Foto: Dabim

GUANAMBI — O suplente de vereador Aminadab Nunes Lima, conhecido como Dabim (PSD), revelou à Folha do Vale detalhe da conversa que teve com o vereador Belonízio Nunes Araujo, Tião Nunes (PSD). A entrevista foi concedida em sua residência na manhã de quarta-feira (16), no distrito de Mutãs, em Guanambi, na região sudoeste da Bahia.

O suplente afirmou que a conversa ocorreu tanto pelo aplicativo WhatsApp quanto pessoalmente, após ele ser procurado pelo vereador. Dabim fala que foi procurado por Tião, ocasião em que ele teria pedido R$ 60 mil para alugar seu mandato no período de 5 meses.

Dabim admitiu que só não caiu na proposta de Tião porque foi orientado pela assessoria jurídica, ouvindo do advogado que se ele aceitasse estaria cometendo um crime. “Tião tentou me subornar, Tião queria que eu cometesse um crime. Ele, o [Tião] que me procurou, achei que fosse para assumir o cargo por agradecimento, aí ele vem pedindo R$ 60 mil e eu ainda precisaria pagar o assessor dele”, comentou Dabim.

De acordo com Dabim, ele chegou a pegar R$ 35 mil emprestados para repassar para Tião, que alegou que só recebeu. R$ 20 de fundo partidário e precisaria quitar algumas pendências. Questionado por que ocupou o cargo nesse período, Dabim respondeu que tinha o desejo de buscar o sistema de abastecimento de água para algumas comunidades, bem como outras obras junto ao governo do Estado.

Ainda de acordo com Dabim, é vergonhoso que Tião tenha usado uma emissora de rádio para mentir, mas tudo que ele falou pode ser provado. Você, Tião, disse que eu apaguei a nossa conversa, na verdade, eu transferi de zap. Você veio na minha casa, depois fala que fui eu que o procurei. “Traga essa pessoa, Tião”, desafiou Dabim.

Depois da entrevista, o suplente entregou um áudio em que é possível ouvir o vereador tentando fechar o acordo com o suplente. Em um dos áudios no qual a Folha do Vale teve acesso, Dabim pergunta se fica certo a sequência de abril, maio, junho, julho e agosto, então o vereador confirma.

“Trinta e cinco na sexta, cinco no primeiro mês, cinco no segundo e no terceiro nada. Nos outros dois meses, nada, só o vencimento”, fala Nunes no áudio.

Então Tião responde que sim. Procurado pela reportagem, o vereador Tião Nunes ainda não retornou. O espaço fica aberto para os devidos esclarecimentos. A acusação foi enviada ao Ministério Público Eleitoral (MPE), conforme consta no próprio site do MPE.

Representação no MPE

Deixe seu comentário