Moradores de Juvenília denunciam uso indevido de um carro oficial

O veículo pertencente à Secretaria de Assistência Social foi flagrado estacionado há quase 24 horas na casa da secretária Célia Pina.

Carro oficial da secretaria de Juvenília. Foto: reprodução leitor

JUVENÍLIA — A lei sobre uso de carros oficiais existe para garantir que veículos públicos sejam utilizados exclusivamente em atividades de interesse coletivo, mas a gestão do então prefeito Rômulo Carneiro (PT) no município de Juvenília, no Norte de Minas, foi marcada por denúncia do uso indevido dos carros oficiais.

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Em 2020, um carro oficial foi fotografado em uma Feira Hippie, em Goiânia, em 2020. Quatro anos depois, um veículo pertencente à Secretaria de Educação e Cultura de Juvenília foi filmado no estacionamento do Assaí, em Guanambi, na Bahia.

Pouco mais de um ano depois, a cena se repete agora na gestão de Mailson Lopes (Solidariedade). O veículo pertencente à Secretaria de Assistência Social foi fotografado estacionado desde as 22h de sexta (5) até a manhã deste sábado (6), na casa da secretária Célia Pina.

Moradores relatam que isso acontece com muita frequência, inclusive é visto com naturalidade, o que, além de imoral, também é ilegal. O uso indevido de um carro oficial — ainda que pareça algo simples — pode resultar em sanções severas, inclusive ações por improbidade administrativa.

Improbidade administrativa é um ato ilegal ou imoral praticado por um agente público (ou particular envolvido) que prejudica a administração, violando princípios como honestidade e legalidade, visando benefício próprio, como enriquecimento ilícito, dano ao erário ou atentado aos princípios. Regulamentada pela Lei nº 8.429/92 e alterada pela Lei nº 14.230/2021.

A reportagem questionou moradores do entorno se o carro não foi usado porque ela chegou tarde de algum compromisso ou viajaria na madruga; eles responderam que não. O carro estacionou às 22h e agora, às 05h40 da manhã, continuava no mesmo local. Isso acontece com muita frequência”, lembra uma pessoa.

Houve muitas denúncias no primeiro ano da gestão do chefe do Executivo, que encerra em 31 de dezembro, inclusive de nepotismo, em que ele precisou exonerar a própria filha por determinação judicial.

Em resposta ao Portal Folha do Vale, Célia respondeu que o carro estava em viagem na cidade de Januária e chegou por volta das 18h. Ela disse que, como estava chovendo muito, levou o motorista na casa dele e retornou com o carro para sua residência porque seria lavado nesta manhã.

Célia também negou que faz uso indevido do transporte, tratando como assunto picuinha política. “Jamais faria isso, uso o carro para trabalhar”, lembra ela. O prefeito Mailson também não se manifestou até a publicação da matéria.

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