Médico cubano suspeito de receitar dose excessiva de remédio é afastado em Feira de Santana

Segundo a denúncia, o médico é suspeito de ter receitado uma dose excessiva de medicamento a uma criança na unidade do Programa Saúde da Família (PSF). De acordo com informações do órgão, a medida é provisória, enquanto a secretaria investiga a denúncia.

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A Secretaria de Saúde de Feira de Santana, cidade localizada a cerca de 100 km de Salvador, afastou nesta quarta-feira (20) um médico cubano que atuava pelo Programa “Mais Médicos”, do Governo Federal. O profissional foi denunciado na Câmara de Vereadores da cidade. Segundo a denúncia, o médico é suspeito de ter receitado uma dose excessiva de medicamento a uma criança na unidade do Programa Saúde da Família (PSF). De acordo com informações do órgão, a medida é provisória, enquanto a secretaria investiga a denúncia.

De acordo com o vereador José Carneiro, que intercedeu a denúncia da família, a dose receitada foi de 40 gotas para a criança, que pesa 10 kg. Em contato com o G1, a médica pediatra Márcia Porto, que atende em clínicas da capital baiana informou que a dose receitada é “completamente exagerada”. “Essa dose é quatro vezes maior do que a indicada. Para uma criança de 10 kg, o ideal era ter receitado 10 gotas. 40 gotas é dose para adulto. Caso a criança tivesse tomado essa dose excessiva, ela podertia ter tido uma hipotermia e uma hipertensão arterial”, relata. De acordo com a médica, hipotermia é quando acontece a baixa da temperatura natural do corpo.

A criança não chegou a tomar o remédio porque a família desconfiou da quantidade indicada. Dos 12 profissionais do programa na cidade, 11 são estrangeiros. Por conta desse problema, a Secretaria de Saúde Municipal informou que os médicos passarão por novo treinamento no sábado (22) e domingo (23). O médico não foi encontrado para comentar o caso.

Atuação
Os cubanos que atuam na Bahia estão distribuídos nas cidades de Adustina, Araci, Buritirama, Campo Alegre de Lourdes, Cansanção, Carinhanha, Central, Cocos, Coronel João Sá, Correntina, Formosa do Rio Preto, Itiúba, Jeremoabo, Macaúbas, Mansidão, Nova Soure, Remanso, Riacho de Santana, Serra Dourada, Sítio do Quinto, Souto Soares e Tucano. Eles chegaram ao estado no dia 25 de agosto.

Foram cadastradas 317 dos 417 cidades baianas, de acordo com dados informado pelo governo estadual. O número representa 76% do total de cidades. Para o Ministério da Saúde, 264 municípios são considerados prioritários, entre eles, Alagoinhas, Bom Jesus da Lapa, Ilhéus e Lapão. A lista completa pode ser acessada no site da pasta.

Os médicos estrangeiros que atuam na Bahia tiveram aulas sobre a atenção básica no Brasil e também de língua portuguesa, além de aulas de expressões regionais. Os professores que participaram do curso são de universidades como UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), UFBA(Universidade Federal da Bahia), UNEB (Universidade Estadual da Bahia) e Escola de Saúde Pública da Bahia, da Sesab. O curso foi realizado pela Escola de Saúde Pública da Sesab e coordenado, na parte pedagógica, pelo médico, professor da UFBA e supervisor de Recursos Humanos da Sesab, Washington Abreu.

O coordenador pedagógico do curso para os médicos na Bahia, Washington Abreu, explicou que as aulas de português foram focadas na comunicação dos médicos com os pacientes para que ambos entendam o que for dito. “Primeiramente aprimoramos o vocabulário médico básico para uma consulta, para que eles possam que eles possam se comunicar bem com os pacientes. Fizeram questões de anamnese [entrevista ao paciente], que tem um padrão internacional, mas cada país faz suas adaptações”, disse.

Abreu afirma que os regionalismos e também palavras que têm significados diferentes em outros idiomas foram trabalhados em alguns momentos das aulas. “A questão do regionalismo foi trabalhada focada na relação médico-paciente. Como [a maneira] que chamam algumas partes do corpo, como dedo mindinho, algumas doenças, como conjutive, que no interior chamam de ‘dordoi'”, explicou o coordenador do curso na Bahia.

Programa
A Bahia é o estado que mais deve receber profissionais pelo programa “Mais Médicos”, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao todo, serão 161 médicos direcionados para o estado. Em seguida, estão Minas Gerais (159), São Paulo (141), Ceará (138), Goiás (117), Rio Grande do Sul (107) e Amazonas (73).

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Por: G1/BA

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