Nomeação de parentes coloca Manga de volta ao noticiário nacional negativo
Anastácio Guedes informou que “não é cunhado” de Jercílio Vieira Lima nem de Giselda Vieira Lima, “porque não sou casado de papel passado”.

Menos de uma semana no cargo, o prefeito do município de Manga,no norte de Minas Gerais, Anastácio Guedes (PT), conseguiu colocar o município de volta ao noticiário negativo, desta vez em âmbito nacional.
O irmão do deputado estadual Paulo Guedes (PT) é um dos prefeitos citados em reportagem do jornal O GLOBO, intitulada “Administração em família: nepotismo avança no Brasil”.
A reportagem mostra prefeitos que mal assumiram os mandatos foram logo nomeando parentes para uma “boquinha” nas administrações municipais.
Segundo a reportagem de O GLOBO, Anastácio Guedes emplacou três parentes só no primeiro escalão. O cunhado Jercílio Vieira Lima, presidente do Diretório Municipal do PT, assumiu a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar; a cunhada Giselda Vieira Lima, a Secretaria Municipal de Assistência Social; e o sobrinho Diogo Saraiva Moreira, a Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e Finanças.
Mas não foram apenas estas as indicações de Anastácio Guedes que geraram desconforto na população de Manga. Ele também empregou na administração municipal Cláudia Salles, ex-secretária Municipal de Assistência Social.
Ela é irmã do Carlos Humberto dos Gonçalves Di Salles e Ferreira, cassado nas duas vezes em que foi prefeito de Manga e que teve os bens bloqueados pela Justiça para garantir o ressarcimento de recursos desviados dos cofres públicos municipais.
Claudia foi acusada pela Polícia Federal de ter ficado os benefícios do INSS destinados a um interno do Asilo de Manga, do qual tinha a senha e o cartão. Os saques foram efetuados durante os oito meses subsequentes ao falecimento do idoso.
Outro nomeado pelo prefeito Anastácio Guedes que gerou desconfiança na população é Sisenando de Souza França.
Ele é réu confesso do desvio de mais de R$ 40 mil dos cofres públicos para sua conta pessoal e da sua mulher, Maria Riva de Brito França, tendo sido demitido da Prefeitura de Manga, a bem do serviço público, na gestão do ex-prefeito Joaquim de Oliveira Sá Filho (PPS).
O casal Sisenando de Souza França e Maria Riva de Brito França responde a uma ação civil pública por improbidade administrativa (Processo nº. 0222275-29.2008.8.13.0393) e outra criminal (Processo nº. 0222598-34.2008.8.13.0393).
Maria Riva é funcionária do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, lotada no Fórum de Manga. Os dois processos estão parados no Ministério Público de Manga desde 22.03.2012 e 15.08.2012, respectivamente.
Edineida Mendes Batista Mota, outra nomeada pelo prefeito Anastácio Guedes foi afastada da direção da Escola Estadual Olegário Maciel após responder a sindicância que apurou irregularidades em sua gestão à frente do estabelecimento de ensino.
Ela teria pagado cerca de R$ 30 mil por equipamentos de um laboratório de química que jamais teriam aparecido na escola. Também teria dado um cheque da escola, no valor de R$ 14,8 mil, a uma empresa que vende cozinhas moduladas, devolvido sem fundos.
Anastácio Guedes informou que “não é cunhado” de Jercílio Vieira Lima nem de Giselda Vieira Lima, “porque não sou casado de papel passado”.
Além disso, alegou que “não há nenhuma lei que proíba a indicação de parentes para cargos de secretário municipal, de primeiro escalão. Não há problema nenhum, pelo menos é o que informou a minha assessoria jurídica” — afirmou o prefeito Anastácio Guedes.
O assessor jurídico do prefeito é o advogado Helder Mota Ferreira, que defende Sisenando de Souza França e Maria Riva de Brito França na ação civil pública movida pelo Ministério Público de Minas Gerais para obriga-los a devolver os recursos desviados da Prefeitura de Manga.
Por:O Globo
Edição www folhadovale.net