Estudante afirma que foi vítima de racismo em Rio de Contas
É inaceitável que mais de 100 anos depois de um período que marcou a história desse país, muitas pessoas pensam que a cor da pele deixa uma pessoa mais ou menos importante do que outra. Esse fato chama atenção pela forma primitiva, será que essa sociedade está retroagindo?
É inaceitável que mais de 100 anos depois de um período que marcou a história desse país, muitas pessoas pensam que a cor da pele deixa uma pessoa mais ou menos importante do que outra. Esse fato chama atenção pela forma primitiva, será que essa sociedade está retroagindo?
Segundo o Jornal Tribuna do Sertão, Elaine Novais, estudante do curso de agronomia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), natural de Rio de Contas, afirma ter sido vítima de racismo, agressão física e difamação. Segundo ela, o fato teria ocorrido durante uma festa de aniversário, da filha de uma amiga, em Rio de Contas: “No dia 23 de abril de 2011 fui agredida fisicamente, além de sofrer difamação, seguido de discriminação racial numa festa da filha de minha amiga de infância. Eu estava acompanhada do meu sobrinho de três anos, que na hora dos parabéns estava sendo agredido por outra criança da mesma idade e bem maior fisicamente. Ao ver aquilo, chamei meu sobrinho e pedi para a outra criança parar, dizendo: bate nele não viu, mô?”. Ainda em sua declaração, Elaine relatou que no momento em que chamou a atenção da criança, que agrediu seu sobrinho, a mãe da mesma, Iracema Abreu Teixeira, teria vindo em sua direção gritando: “Não grita com meu filho sua neguinha, vagabunda. Em seguida agarrou no meu seio e me deu um beliscão. Não tive reação, não conseguia tamanha era a minha indignação”.
Além disso, a referida alega que Iracema se referiu a ela com termos racistas e preconceituosos. “Iracema saiu me chamando de nega preta do cabelo duro e dizendo que ia arrancar a minha peruca”, afirmou. Ela acrescentou ainda que não tem mágoa ou rancor pela discriminação racial e agressões que diz ter sofrido, mas que quer justiça. “Só anseio por justiça. Quero que todos saibam que não precisamos nos calar mais. Chega de submissão e humilhação”, concluiu. A redação do Jornal Tribuna do Sertão entrou em contato com a família de Iracema Abreu Teixeira e, segundo o Jornal, a mãe da mesma comentou o caso, mas pediu que a sua versão não fosse divulgada e que o caso já está sendo resolvido na justiça.
Fonte:João Miguel Fonte e Redação:folhadovale.Net