Dorinha vence eleição e frustra tentativa governista de isolar Guedes com prefeitos

Dorinha derrotou o candidato o prefeito de São Francisco, Luiz Rocha Neto, o Luizinho (PMDB), que recebeu forte apoio do grupo político aliado ao senador e pré-candidato à presidência da República Aécio Neves.

Por:Luis Claudio Guedes

Acabou em fiasco, ou em águas de barrela, como se dizia antigamente, a tentativa do Palácio Tiradentes em retirar a Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco (Ammesf) da área de influência do deputado estadual Paulo Guedes (PT). A votação para eleição da entidade municipalista acabou agora há pouco, em votação que aconteceu na cidade de Pirapora, e a prefeita de Claros dos Poções, Maria das Dores Oliveira Duarte, a Dorinha (PMDB), foi eleita para novo mandato por 10 votos a cinco, com quatro abstenções. Uma delas, do prefeito de Januária, Manoel Jorge de Castro (PT), que não compareceu para dar o seu voto. Paulo Guedes, que está em viagem de férias em algumas capitais do Nordeste, monitorou a disputa por telefone e, contra todos os prognósticos de bastidores, manteve a aliada Dorinha no comando da Ammesf.

Dorinha derrotou o candidato o prefeito de São Francisco, Luiz Rocha Neto, o Luizinho (PMDB), que recebeu forte apoio do grupo político aliado ao senador e pré-candidato à presidência da República Aécio Neves no Norte de Minas. A ofensiva para apear a prefeita Dorinha do comando da Ammesf contou com entusiasmado reforço do ex-presidente da Amams e ex-prefeito de Patias Walmir Moraes de Sá (PTB). Walmir passou a última semana ao telefone na tentativa de cooptar os prefeitos ainda reticentes na fidelidade ao grupo do deputado Paulo Guedes. Segundo o Em Tempo Real apurou, Luizinho de São Francisco teria participado de reunião na última segunda-feira (27), no Palácio Tiradentes em Belo Horizonte, quando ficou acertada a estratégia para tomar o comando da Ammesf.

Jogo de forças

Mas não foi só. Nos bastidores, a eleição da Ammesf transformou-se em medição de forças entre os deputados estaduais Paulo Guedes (PT) e Arlen Santiago (PTB), que atua como preposto do governador Antonio Anastasia na tentativa de enfraquecer a influência petista na entidade municipalista. Além dos deputados aliados do Palácio Tiradentes, a tentativa de derrotar o grupo aliado ao deputado Paulo Guedes na Ammesf teria contado com gestões até de Danilo de Castro, o poderoso secretário de Governo de Minas Gerais.

A briga pelo controle da entidade de prefeitos é sintomática para mostrar o clima de rivalidade entre os grupos político pró e contra governo estadual no Norte de Minas. Apesar de atuarem na mesma área geográfica, a Amesf é uma espécie de prima pobre da influente Amams – que anuncia no seu site ter 90 municípios filiados (número que estaria inflado, já que boa parte deles não paga a mensalidade que dá direito a voto nas decisões da entidade). A Ammesf, que oficialmente tem sede em Pirapora, está instalada provisioriamente no  escritório com a Associação Mineira de Municípios (AMM) em um edifício de alto padrão em Montes Claros. A entidade tem apenas 19 municípios filiados e pouca expressão no cenário político regional, mas ainda assim foi motivo de disputa no cabo de guerra que antecipa os reflexos da sucessão presidencial na região.

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