Dia da Consciência Negra é celebrado em Tomé-Nunes

Tome - Nunes foi reconhecido como comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares, em dezembro de 2004.

Festa em Tomé-Nunes. Foto: reprodução
Festa em Tomé-Nunes. Foto: reprodução

MALHADA – O dia 20 de novembro é o marco da Consciência Negra no Brasil, além de ser um convite para repensar a história do país. No domingo, o quilombo de Tomé-Nunes, em Malhada, preparou uma grande festa, com muita informação, cultura e  ancestralidade.

Tome – Nunes foi reconhecido como comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares, em dezembro de 2004. O distrito de Parateca também foi reconhecido como quilombo, mas não há tradição de evento neste dia.

Depois de 2 anos suspenso por conta da pandemia da Covid-19, os moradores voltaram às ruas da comunidade e festejaram no domingo, às 05h Alvorada, seguido do café. A tradicional missa foi realizada  às 10h, com almoço, às 12h.

No período da tarde houve apresentações culturais, bingo, cavalgada e o levantamento do mastro. A data é feriado municipal na cidade, por meio de um decreto municipal.

A pesquisadora Leila Maria Prates Teixeira em sua Tese e Dissertação, afirma que Tomé Nunes, é comunidade negra, localizada à margem do Rio São Francisco no município de Malhada/BA, foi reconhecida em 2004, pela Fundação Cultural Palmares, como comunidade quilombola. Este processo resultou do envio (por parte de seus moradores) de uma solicitação à Fundação para que esta procedesse ao reconhecimento. O presente estudo trata de aspectos históricos, sociais e culturais da comunidade, apoiando-se, sobretudo, na oralidade como fonte.

Ela explica que o objetivo da pesquisa é conhecer o surgimento dessa comunidade e os efeitos da condição quilombola para os seus moradores, mulheres e homens que enfrentam uma árdua luta pela sobrevivência ao longo do tempo. Os depoimentos de moradores se unem à fontes impressas e manuscritas.

 Busca-se articulá-las e contrastá-la numa perspectiva teórico-metodológica da História Social. No que concerne às questões culturais e à lógica do autorreconhecimento como comunidade quilombola, consideram-se as suas influências externas (agentes da Pastoral, políticos locais) para a análise de depoimentos dos moradores dessa antiga comunidade do Médio São Francisco.

Dedica-se ainda a analisar o papel desempenhado pelas mulheres da comunidade, sempre muito ativas nas lidas e lutas cotidianas. É possível observar o prestígio feminino através de marcante participação nas questões políticas, fazendo-se continuamente presentes nas reuniões da Associação de Moradores, criada para reivindicar dos poderes públicos melhorias para a comunidade.

 No tocante às questões culturais, as mulheres apresentam um papel fundamental por manterem acesas práticas de seus antepassados. São vínculos culturais de matriz africana que se expressam cotidianamente e que se mostram valiosos na luta pela garantia de direitos.

Observa-se que todo o processo de luta pelos direitos na comunidade, vem possibilitando a formação de uma consciência crítica. Levando esses negros a criarem e recriarem, dentro da própria luta, organizações que contribuem no enfrentamento de dificuldades, pois muitos acreditam que a luta ganha novas dimensões diante dos novos desafios do

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