Demora na retirada de corpo velado na rua do distrito do Ramalho, em Feira da Mata, expõe situação limite da Polícia Científica

O corpo só foi recolhido por volta das 21h para o IML (Instituto Médico Legal) de Bom Jesus da Lapa, gerando revolta da família amigos.

FEIRA DA MATA — A imagem de um corpo sendo velado na rua do distrito do Ramalho, zona rural de Feira da Mata, na região sudoeste da Bahia, após a demora de mais de 12 horas do Instituto Médico-Legal (IML) em recolher um cadáver no sábado (20), expôs a defasagem estrutural e de pessoal da Polícia Científica da Bahia.

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A menina de 12 anos morreu vítima de acidente por volta das 11h, após a condutora bater na lateral de um caminhão e as rodas esmagarem seu crânio.

Os amigos cobriram o corpo com uma lona e colocaram um carro para amenizar o sol; enquanto isso, a família velava ali mesmo na rua. Imagina a dor da família pela morte da criança, mas vê o corpo exposto na rua como se não fosse nada, doi demais”, lembra uma vizinha de Maisa.

Em contato com 24ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (24ª Coorpin), o Portal Folha do Vale foi informado de que a demora foi em razão de um outro chamado na região de Bom Jesus da Lapa, por isso demorou para atender a ocorrência de Feira da Mata.

Corpo sendo velado na rua do Ramalho. Foto: divulgação

O órgão se vê às voltas com uma defasagem crônica de pessoal e, de quebra, enfrenta problemas estruturais, como a falta de viaturas e de equipamentos. A Polícia Científica vive uma situação limite, que chegou a esse cúmulo.

De acordo com informação apurada pela reportagem, o DPT de Bom Jesus da Lapa é responsável por cobrir 13 cidades, contando apenas com uma viatura e um número pequeno de profissionais.

Na visão de um perito aposentado, humanamente é impossível atender toda essa área com o número de profissionais e uma viatura apenas. “Muitas vezes pensam que os culpados somos nós, mas a culpa é do Estado. Trabalhei tantos anos no limite, ninguém vê isso”, lembra ele.

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