Cerca de 900 famílias quilombolas estão isoladas e passando dificuldades em Palmas de Monte Alto
Quatro das dezessete comunidades estão isoladas e passando por dificuldades por estragos causados durante chuvas no município de Palmas de Monte Alto, na região Sudoeste da Bahia.
PALMAS MONTE ALTO – Cerca de 900 famílias de 4 das 17 comunidades estão isoladas e passando por dificuldades por estragos causados durante chuvas no município de Palmas de Monte Alto, na região Sudoeste da Bahia.
O cenário foi retratado em imagens divulgadas pelo Conselho de Igualdade das Comunidades Quilombolas, por meio da coordenadora do conselho, Nelci Conceição de Sousa. Um ônibus aparece na imagem sendo puxado por um trator, mas moradores também ajudam desatolar os carros.
De acordo com Nelci, com o isolamento das estradas não chega ajuda humanitária e atendimento médico. Ela afirma que diversas crianças e idosos estão com alguma síndrome gripal, justamente porque não há médicos que possam chegar aos locais para realizar exames.
“Nas comunidades mais isoladas, há apenas uma estrada vicinal que dá acesso às vilas, que encontra-se cheia de pontos de alagamento. O jeito é utilizar uma embarcação que está disponível para levar os pacientes mais graves até os postos de saúde do município. Consequentemente, não há como chegar cestas básicas, materiais de higiene, muito menos ajuda voluntária”, disse Nelci.
Além da questão sanitária, existem outros prejuízos. O Conselho de Igualdade das Comunidades Quilombolas do município de Palmas de Monte Alto disponibilizou o contato do PIX para doação de donativos, através do CPF da coordenadora Nelci Conceição de Sousa, o número é 982.158.685-68.
Ainda de acordo com Nalci, mais da metade dos ganhos das comunidades são adquiridas pela agricultura familiar e com as chuvas, houve a destruição de plantios, como maracujá e hortaliças.
“Ainda não contabilizamos a dimensão total dos prejuízos, mas o fato é que há omissão do estado no que tange o auxílio a essas famílias afetadas. Nosso povo já era esquecido, e nesta situação contamos apenas com o trabalho de 30 voluntários que não medem esforços para tentar amenizar as dificuldades”, finalizou Nelci.