Ainda em contradição, prefeito de Pindaí tenta criar cargo para filho de secretário afastado
Mesmo diante de uma decisão judicial que afastou o filho do secretário, João Veiga encaminhou um projeto para criar um cargo para o aliado.
PINDAÍ — Em Pindai, na região sudoeste da Bahia, parece que nada é tão ruim que não possa piorar. Na semana passada, o Portal Folha do Vale veiculou uma reportagem que amplamente reverberada nas emissoras de rádio de Guanambi, principalmente pelos jornalistas Ronny Martins, da Rádio Alvorada, e Val Rodrigues, conhecido como “Bocão”, da Rádio 104.
Na ocasião, foram apontadas as contradições do prefeito João Veiga (PP), o qual contrariou de forma imperdoável o seu próprio Decreto de contenção de despesas públicas. Em seguida, ele publicou dois pregões: um presencial e outro eletrônico, aumentando a despesa pública, contrariando o seu próprio decreto, a exemplo de 50 ares-condicionados, quando o decreto exigia a redução de energia elétrica.
O chefe do Executivo Municipal ainda exagerou na compra de gêneros alimentícios, tais como: beiju, bolos de vários tipos, canudinhos, esfirras, etc., para serem distribuídos a vontade para as secretarias e órgãos públicos do
município.
Pasmem! Veiga deixou de fora do Decreto a gastança dos combustíveis e
diárias, que somam mais de meio milhão de reais, em apernas dois meses, junho
e julho, deste ano. Essa informação se encontra junto ao TCM/BA.
A reportagem esteve na cidade para ouvir moradores, os quais responderam não entenderem os gastos da administração. Questionado como é a gestão de Veiga, os munícipes responderam que o prefeito foi eleito pelo povo, no entanto, quem governa é um secretário. Esse secretário seria responsável por mandar e desmanda. Outras pessoas disseram que quem decide tudo na cidade é o supersecretario, inclusive é temido por muitos.
Em agosto, o FV divulgou uma matéria onde a justiça suspendeu a nomeação de Júlio César Cardoso Gomes, filho do secretário Municipal de Obras, Antônio Rodrigues Gomes, conhecido como “Tonhão”, por suspeita de fraude em concurso. Júlio foi nomeado para trabalhar na secretaria de Obras, quando não existia vaga para esse cargo, ocupado pelo engenheiro civil, Igor Neves Martins.
Igor foi aprovado no último no concurso público, única vaga para esse cargo, já que o Município não comporta mais de uma vaga para engenheiro civil. Diante da nomeação do filho do secretário, os vereadores oposicionistas Alex, Eva e Eliene, ingressaram na justiça com uma Ação Popular, com decisão favorável exarada da Juíza da Vara de Fazenda Pública, Adriana Silveira Bastos.
A decisão não agradou o secretário de Obras, o qual recorreu da decisão por meio de dois agravos de instrumento e um pedido de suspensão de liminar junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA), que manteve a decisão da primeira instância.
As seguidas derrotas na Justiça não intimidou o chefe do Executivo, que encaminhou para a Câmara de Vereadores, em regime de urgência, o Projeto de Lei, n.° 014, de 22 de setembro de 2023. Esse projeto cria mais uma vaga de engenheiro civil para o filho do secretário, afastado por decisão da justiça.
Com esse projeto, o prefeito acredita que o Legislativo possa criar um cargo para o filho aliado. O projeto encaminhado tem repercutido negativamente na cidade, já que o prefeito editou um decreto de contensão de despesas públicas.
O que mais chama a atenção é o projeto encaminhado para o Legislativo, em regime de urgência, para criar vaga para o filho de seu Secretário de Obras, aumentando os gastos com pessoal. Com a palavra os vereadores.