Anac suspende certificação do aeroporto de Guanambi
A justificativa da Anac de não homologação se deve ao descumprimento de “formalidades necessárias”, quais sejam: o afastamento da cerca de proteção do entorno do aeroporto, que está 3 metros menor que o exigido (75m) e só mede 72m.
João Martins | da Redação
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por sua Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária – SIA publicou no último dia 12 um mapa de CERTIFICAÇÃO OPERACIONAL PROVISÓRIA, cujo status sobre o Aeroporto Isaac Moura Rocha, de Guanambi, o classifica SOBRESTADO, ou seja, suspenso. Dia 20 de novembro, conforme havia prometido, uma equipe da Anac esteve na cidade para uma avaliação técnica, in loco, sobre as condições de certificação aeroportuária.
A justificativa da Anac de não homologação se deve ao descumprimento de “formalidades necessárias”, quais sejam: o afastamento da cerca de proteção do entorno do aeroporto, que está 3 metros menor que o exigido (75m) e só mede 72m.
Cinco anos de espera
Quando tudo parecia que o licenciamento do aeroporto seria homologado, mais uma vez encontram um obstáculo para privar Guanambi e região do sonhado transporte aéreo em rota comercial.
Há exatos cinco anos (2015) era anunciado o interesse da empresa Azul Linhas Aéreas de operar voos partindo de Guanambi para Salvador, Belo Horizonte e outros destinos, isso depois do aeroporto já ter passado por ampliação e reforma, sob o comando da Secretaria de Infraestrutura e Terminais da Bahia – Seinfra, porém insuficientes para permitir pousos e decolagens de aeronaves de maior porte.
Em 2016, uma nova inspeção das autoridades aeronáuticas constatou que morros e árvores próximos ao aeroporto ofereciam riscos. Em 2018 um novo plano foi apresentado, desta feita retirando tais restrições.
Ainda em 2018 uma nova intervenção do Governo da Bahia, com um investimento de mais de R$ 7 milhões, foi feita na recuperação da pista de pouso e outras mais estruturas. As obras foram concluídas em meados deste ano, mas a certificação aeroportuária não sai. Nem o governo do estado, nem a prefeitura de Guanambi emitiu qualquer nota sobre a nova imposição da Anac.
Em, fevereiro de ano, o prefeito Jairo Magalhães, acompanhado do diretor de Terminais e Aeroportos da Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra), Denison de Oliveira, realizaram visita de inspeção das obras de recuperação da pista do Aeroporto, já em fase de conclusão.
Naquela oportunidade a Seinfra prometeu o iniciar a sinalização horizontal da pista; e, posteriormente, seria definida a questão dos voos bem como as tratativas à gestão do aeroporto. “Já conseguimos derrubar as inconformidades, através de obras ou de ações junto aos órgãos reguladores, faremos agora o Plano de Zoneamento e de Ruído junto ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), para que tudo esteja concluído”, disse Oliveira.
AZUL E PASSAREDO
Em nota divulgada em fevereiro/2019 no Portal de Notícias da Prefeitura, o prefeito Jairo Magalhães afirmava que além da Azul Linhas Aéreas, a empresa Passaredo também quer operar voos em Guanambi. “Esta é uma obra de grande relevância não só para Guanambi, mas para toda região, já que a linha de Guanambi ligará a nossa cidade às capitais baiana e mineira e todo Brasil”.
ESPECTATIVA EM DEZEMBRO / 2015
Em entrevista a nossa Revista, em dezembro/2015, o então prefeito de Guanambi, Charles Fernandes, afirmou: “a parte física e estrutural do aeroporto – o saguão de embarque e desembarque, a seção contra incêndio (que é outra exigência da ANAC), o caminhão do Corpo de Bombeiros, o treinamento do pessoal da brigada – tudo está totalmente pronto, inclusive a cerca patrimonial do entorno do aeroporto”. “Tudo que era para ser feito, foi feito. Agora está nas mãos do governador Ruy Corta; ele é quem tem a força de trazer essa tão esperada linha aérea para Guanambi”, disse. Charles destacou naquela oportunidade o empenho do governador da Bahia para trazer linha área para Guanambi, que, para atrair a companhia o Governo baiano se comprometeu a dar incentivo fiscal, reduzindo de 17% para 6% o ICMS incidente sobre o combustível das aeronaves.