Dia dos gerais é marcado mais uma vez com a ausência do governador me Matias Cardoso
O clima de final de feira na solenidade de entrega das medalhas Matias Cardoso (para homens) e Maria da Cruz (às mulheres), prevista para acontecer na tarde desta segunda-feira (08), é ainda mais evidente com o final do ciclo de 12 dos governos do PSDB no Estado.
Por:Luisclaudioguedes.com.br
A comemoração do “Dia dos Geraes” perde o sentido para o qual foi criada a cada edição. A transferência simbólica do governo de Minas para a pequena Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas, mais uma vez, será sumariamente ignorada pelo governador de plantão. O clima de final de feira na solenidade de entrega das medalhas Matias Cardoso (para homens) e Maria da Cruz (às mulheres), prevista para acontecer na tarde desta segunda-feira (08), é ainda mais evidente com o final do ciclo de 12 dos governos do PSDB no Estado.
Atual inquilino do Palácio Tiradentes, o governador Alberto Pinto Coelho (PP), não vai a Matias Cardoso. Limitou-se a indicar o secretário de Defesa Social, Marco Antônio Rebelo Romanelli, que será um dos homenageados na festa que o atual prefeito do município, Edmárcio Moura Leal (PSC), comanda pela segunda vez. No mais, comparece a Matias Cardoso um magote de sub qualquer coisa, vinculados ao cerimonial do Palácio Tiradentes.
O secretário de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste, Raimundo Benoni Franco, e o diretor-geral da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais, Eugênio Ferraz, também recebem as tais medalhas. Em curioso movimento de auto-homenagem, já que cabe ao governo estadual a confecção da lista final de agraciados – com contribuições da Prefeitura de Matias Cardoso e da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene.
Esta será a sétima edição do “Dia dos Geraes”. Com exceção de Antonio Anastasia (PSDB), ainda assim na condição de vice e de candidato a governador, nenhum ocupante do governo mineiro se moveu da cadeira para, efetivamente, transferir o governo para a histórica Matias Cardoso. Sem a presença do mandatário maior do Estado, não faz muito sentido dizer que a cidade se transforma na capital de todos os mineiros a cada início de dezembro. A data deveria para a transferência do gabinete e da estrutura do governo, com vistas a ouvir as reivindicações da região, assinaturas de convênio e por aí vai. Não foi o que se vi até aqui.
Da forma como está, o “Dia dos Geraes” se presta para que o sofrido povo de Matias Cardoso estenda tapete vermelho para a velha trupe de costumeiros políticos regionais, que a cada estação dão o ar da graça por lá e pouco acrescentam ao ‘desenvolvimento’ do lugar. Resta saber se o advento do petismo em Minas vai mudar essa letra. Pouco provável. Dificilmente o emplumado Fernando Pimentel vai se dignar a visitar o sertão para fazer valer decreto promulgado pela Assembleia Legislativa em julho de 2011. A conferir em dezembro do ano que vem.
Por enquanto, a segunda comemoração sob os auspícios do prefeito Edmárcio Leal promete ser uma festa esvaziada. Desprovida do seu intento de ser a capital de Minas, ainda que no plano da simbologia, a festa matiense se limita meramente à distribuição de medalhas como reconhecimento cívico do governo estadual a pessoas que deram algum tipo de contribuição para o desenvolvimento cultural, econômico e social da região. O prefeito Edmárcio parece entender o dilema. “Muito ainda precisa ser feito para que aconteça de fato e de direito o reconhecimento do ‘Dia dos Geraes’ e para que Matias se transforme na capital de Minas”, disse o prefeito em entrevista para divulgação do evento.
Edmárcio em campanha
Pois vejam vocês, meus diletos 17 leitores, que nesse mister a festa começa a ficar enfadonha. A relação com os nomes dos 20 agraciados deste 2014 só saiu de véspera. A impressão que fica é que o cerimonial do Palácio Tiradentes começa a encontrar dificuldades para fechar a tal lista, cada vez mais recheada por ilustres desconhecidos. Não será muita surpresa se alguns deles não comparecem ao palco das homenagens por falta de tempo para se preparar para a festança.
Em campanha aberta pela disputa do comando da Amams (Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene), o prefeito Edmárcio indicou o colega e atual presidente da entidade, Carlúcio Mendes (PSB), prefeito de Mirabela, para ser um dos homenageados. Poderia poupar seus munícipes do mico de homenagear um dos patrocinadores da festa, mas seria pedir muito esperar que a festa não se transformasse em espetáculo político de terceira grandeza.
No mais, será uma oportunidade para deputados da região e alguns paraquedistas darem, como é de costume, o ar da graça após o recente período eleitoral. No mais, a festa serve para que o governo estadual e o prefeito anfitrião, Edmárcio Leal, vá a boca de cena distribuir sua penca de medalhas em troca dos 15 minutos da visibilidade que a sua gestão ainda logrou conseguir. O que explica em boa medida a ausência ano, após ano dos governadores mineiros na solenidade. Devem ter programas mais interessantes para uma segunda-feira, mesmo que seja limpar gavetas.