Vereadores de olho na presidência da Câmara de Malhada
Na primeira votação, a nova Constituição Municipal foi aprovada por unanimidade pelos vereadores, porém empacou na segunda votação.
MALHADA — Faltando um ano para o pleito que elegerá o novo presidente da Câmara de Vereadores de Malhada, na região sudoeste da Bahia, três vereadores estão de olho na sucessão de Lula de Geraldo Pedro (Avante). Os nomes são todos da base do prefeito Gimmy Ramos (PT), mas apenas Cristiano do Mocambo (PT) tem o apoio do chefe do Executivo.
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Outros dois nomes são os vereadores Rafa Enfermeiro (PT), que já foi presidente e deseja ser reconduzido ao poder, e o outsider Tony de Fecundo (Avante), que também pleiteia o cargo, mas nega que seja pré-candidato em público.
A sucessão de Lula tem criado um imbróglio entre os vereadores, já que os nomes colocados à disposição também não têm votos para formar uma chapa sólida e competitiva. Esse desentendimento criou uma espécie de concorrência, inclusive comprometendo a funcionalidade do município, já que existe a votação de segundo turno na Nova Lei Orgânica, com investimento de quase 120 mil reais.
Na primeira votação, a nova Constituição Municipal foi aprovada por unanimidade, porém a segunda empacou. Quatro vereadores alegam que não tiveram tempo para analisar alguns artigos, mesmo depois de 8 meses, ainda assim votaram favoravelmente.
Alguns vereadores contrários já admitiram que o maior problema é a reeleição para presidente, o que tiraria deles o direito de concorrer. Para os parlamentares favoráveis, vence eleição quem tem voto.
“Se a preocupação deles [vereadores] é a recondução de Lula, deixamos claro: ganha eleição quem tem votos. Na minha visão, o artigo menos importante é a reeleição. Já existe reeleição para Presidente da República, governador, prefeito e por que não vereador?, lembra um vereador.
O vereador Del da Serra (MDB) não pretender concorrer ao cargo, mas admite ser contra a reeleição. Mesmo sendo contra ele também foi favorável na primeira votação.
Para um advogado consultado pela reportagem, o vereador precisa sentar e ler os projetos com atenção. Ele cita que a Casa tem advogados para tirar dúvida e esclarecer, contudo, poucos fazem isso. “Isso é ruim para o povo que elege vereador que não tem tempo de ler projeto, sendo que essa é sua obrigação”, lembra um bacharel.
Na nova Constituição, incluem-se emendas impositivas, Procuradoria da Mulher e mais 60 artigos. Restando apenas duas sessões para o encerramento dos trabalhos legislativos, o presidente afirmou que colocará a Lei Orgânica em votação. A Lei Orgânica em vigor em Malhada ainda é a de 1990, que já não atende mais aos anseios da população.