Delegada de Cocos é afastada por suspeita de irregularidades funcionais

O afastamento não representa antecipação de culpa, mas sim a necessidade de assegurar a integridade das investigações.

COCOS — A Polícia Civil da Bahia afastou temporariamente a delegada titular da unidade de Cocos, Luzmaia Cecília de Souza e Silva, após surgirem denúncias sobre condutas irregulares durante o período entre 2023 e 2025. A medida foi determinada pelo delegado-geral André Viana, que também instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar as denúncias, enquanto investigações criminais e ações penais relacionadas seguem sob segredo de Justiça.

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O afastamento, de caráter cautelar, tem como objetivo preservar a imparcialidade das apurações e impedir qualquer interferência nos procedimentos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a decisão não representa antecipação de culpa, mas sim a necessidade de assegurar a integridade das investigações, reforçando a fiscalização interna da corporação.

Entre os fatos sob análise estão suspeitas de omissões no cumprimento de requisições judiciais e ministeriais, inserção de informações falsas em documentos oficiais e possíveis interferências no trabalho de órgãos de proteção social da região.

Além disso, há relatos de que a delegada poderia ter favorecido um vereador detido em flagrante por tentativa de homicídio, com alterações na tipificação do crime, e de negligência na custódia de presos, incluindo registros de fugas ou solturas irregulares.

Uma decisão judicial impôs restrições adicionais à delegada durante o período de afastamento. Ela está proibida de portar armas, acessar as dependências da delegacia em Cocos, exceto para atos autorizados judicialmente, e manter contato com servidores ou testemunhas relacionados às apurações.

A condução do processo disciplinar ficará a cargo de uma comissão formada por três delegados, com prazo inicial de 60 dias para conclusão, prorrogável se necessário.

O caso veio a público neste sábado, 25 de outubro, e serve como um alerta sobre a atuação rigorosa da Polícia Civil da Bahia no controle interno de seus servidores. Autoridades reforçam que a cooperação entre os órgãos de fiscalização e a Justiça é fundamental para garantir que investigações sensíveis sejam conduzidas de maneira transparente e imparcial, protegendo tanto o interesse público quanto a integridade dos processos administrativos e criminais.

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