Irmão denuncia falhas graves no inquérito sobre morte de Canário e contesta conclusão da Polícia Civil

Zenildo ressalta ainda que o laudo necroscópico constatou seis cortes profundos na cabeça de Amilton, além de diversas lesões faciais.

MALHADA — Zenildo Guedes Costa, irmão de Amilton Guedes Costa, 51 anos, conhecido como “Canário”, procurou o Portal Folha do Vale após uma matéria informar que a Polícia Civil já havia concluído inquérito sobre a morte do seu irmão e apontado legítima defesa.

O Portal Folha do Vale está nos Canais do WhatsApp; veja como participar. Pelo nosso canal você recebe notícias atualizadas de hora em hora.

Canário foi assassinado no dia 29 de março, no Assentamento Bela Vista, região do distrito de Canabrava, na cidade de Malhada, na região sudoeste da Bahia, pelos filhos Emanoel Nogueira Costa e Amilton Guedes Costa Júnior. Depois da reportagem, a família encaminhou uma nota contestando veementemente essa conclusão.

Zenildo Guedes Costa afirma que o inquérito apresenta falhas graves que comprometem a investigação e a reconstrução da dinâmica do crime. “O celular do meu irmão, que armazenava imagens das câmeras de segurança da residência, ficou com os acusados por oito dias. No dia do crime, eles também retiraram os cartões de memória das câmeras, que não foram recuperados. Somente consegui reaver o celular, que até hoje não foi periciado”, disse.

Conforme o irmão da vítima, se os sobrinhos agiram mesmo em legítima defesa, por que a preocupação em retirar os cartões de memória das câmeras e levar o celular da vítima consigo? Ele explica que imagens poderiam esclarecer de forma definitiva o que realmente aconteceu.

Zenildo ressalta ainda que o laudo necroscópico constatou seis cortes profundos na cabeça de Amilton, além de diversas lesões faciais, evidenciando a violência do ataque, muito além do alegado pelos filhos, que afirmaram terem desferido apenas dois ou três golpes.

“Meu irmão tinha graves problemas de saúde — limitações nos ombros, joelhos e na coluna — e não tinha sequer capacidade física de reagir. Ele andava de muletas e não conseguiria segurar qualquer um dos filhos”, acrescenta.

A família critica também que o delegado responsável pelo inquérito, Osmair Mattos, não teria considerado a quantidade de golpes na cabeça, a vulnerabilidade da vítima e a intensidade das lesões constatadas pelo Departamento de Polícia Técnica. Zenildo questiona: “Como seis golpes na cabeça podem ser considerados legítima defesa? Seis golpes em uma pessoa totalmente debilitada e que andava de muletas”.

O inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público, que decidirá pelo indiciamento ou arquivamento. A família espera que sejam realizadas diligências complementares, incluindo a perícia do celular, e confia que o promotor de justiça irá promover o indiciamento, garantindo que todos os elementos de prova sejam devidamente analisados.

A família reforça que espera justiça e que a responsabilidade dos acusados seja corretamente apurada.

Deixe seu comentário