Líder do Mãe Bernadete em Carinhanha denuncia seguranças da Calsete que ameaçaram camponeses e dispararam mais de 50 tiros
Laura denunciou que a mando da empresa Calsete,“pistoleiros” realizaram mais de 50 disparos de arma de fogo, sendo uma ameaça direta.
CARINHANHA — A líder do acampamento Mãe Bernadete, localizado na área da empresa Calsete Industria Comercio E Serviços Ltda, em Carinhanha, no sudoeste da Bahia, denunciou que “pistoleiros” da Calsete estão ameaçando os camponeses. A denúncia foi feita por Laura Alves, na Tribuna Livre da Câmara de Vereadores, na noite de segunda-feira (22).
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Mais 220 famílias de camponeses de comunidades do entorno estão acampados na área de propriedade da Calsete, desde janeiro de 2023. Ações de reintegração de posse foram realizadas, entretanto, os acampados continuam no local e exigem a desapropriação das quase 7 mil hectares.
Aos vereadores, Laura relatou ameaças e agressões por parte da gerência da Fazenda Calsete. Alves disse que desde o ano passado que essas pessoas estão plantando nas terras, nas terras que até pouco tempo eram desmatadas pela Calsete para produzir carvão.
No parlamento, Laura denunciou que desde março foi instalada uma base às margens da BR-030, com “pistoleiros”. Laura disse aos vereadores que na última semana, o gerente da Calsete esteve pessoalmente na área ameaçado os acampados.
Ela denunciou que ele estava acompanhado de seguranças de uma empresa de Luiz Eduardo Magalhães, os quais ameaçaram dois camponeses, inclusive apontaram armas nas suas cabeças deles.
Conforme Laura, os seguranças estiveram no acampamento e levaram a moto de um trabalhador, além de ameaçar de morte. Ela disse que uma queixa foi registrada na Delegacia Territorial de Carinhanha “Nesse final de semana encontraram seus barracos queimados, além disso, levaram documentos e outros itens”, frisou.
Antes de encerrar, Laura fez questão de afirmar que na terça-feira, dia 23 de março, completaria um mês que os seguranças realizaram mais de 50 tiros, visando amedrontar os acampados, mas também sendo ameaça direto não só aos acampados, mas ao povo de comunidades o entorno.
Ainda conforme Laura, o 17º BPM de Guanambi tem conhecimento da prática criminosa dos seguranças, bem como a Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
Em resposta aos acampados, os vereadores prometeram formar uma comissão e visitar o acampamento. Eles vereadores afirmaram tratar de uma denúncia muito grave, por isso, uma comissão acompanhará de perto.