História de Leocádia será debatida em Audiência Pública como patrimônio cultural de Guanambi

GUANAMBI –  Uma audiência pública que discutirá a importância da proteção, preservação e valorização do patrimônio cultural de Guanambi, com ênfase nas manifestações culturais que envolvem a “história de Leocádia”, será realizada pelo Ministério Público estadual na próxima quinta-feira, dia 25.

 A audiência acontecerá às 16h,  no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil/subseção Guanambi, e abordará a história, abrangendo aspectos relativos ao túmulo de Leocádia, o lajedo onde o corpo foi encontrado e sua relação com o direito à memória, à diversidade cultural e à criatividade humana. Isso, registra a promotora de Justiça Tatyane Miranda Caires, “como forma de assegurar sua continuidade histórica para as futuras gerações”.

A promotora de Justiça explica que o MP identificou a história como possível patrimônio cultural da cidade, compreendendo a personagem de Leocádia, as diversas narrativas orais e escritas sobre o tema, aliado ao seu túmulo e ao Lajedo onde o cadáver foi encontrado, como bens imaterial e material do Município. Todos esses aspectos serão debatidos na audiência aberta ao público.

 Agentes públicos, cidadãos e entidades civis que desejarem se pronunciar durante o evento devem realizar cadastramento até o próximo dia 22 junto à 1ª Promotoria de Justiça de Guanambi, através do e-mail 1pj.guanambi@mpba.mp.br. O assunto do e-mail deve ser “Audiência Pública – Edital n. 01/2023” e, no corpo da mensagem, deve informar o nome completo, CPF, telefone e se representará alguma entidade, órgão ou instituição.

História

Leocádia foi assassinada em 1890 aos 16 anos de idade no Lajedo Caiçara em Guanambi. Ela,escrava liberta , saiu de Brejinho das Ametistas em Caetité e foi para Guanambi em 1889,para trabalhar na construção manual da represa do Rio Belém.

Ela morava na casa de sua Madrinha Joana ,na Rua Sete Portas. Era uma jovem branca,cabelos castanhos,olhos amendoados e corpo esbelto,respeitosa,religiosa,trabalhadora.

O Coronel José Pedro Dias Guimarães,comandante da construção da represa, reconhecendo sua beleza,a presenteou com uma peça de tecido. Ele era casado com uma senhora chamada Raquel,que tinha fama de invejosa,má,ciumenta,sem limites morais.

Ao saber do acontecido,ela ordenou aos seus dois capangas Marcolino e Sebastião,a morte de Leocádia,trazendo como prova um de seus seios. Leocádia foi assassinada no dia 23/02/1890 e teve seu corpo amarrado numa pedra pelo arreio da sela do cavalo de Marcolino.

Após ter sido descoberto esse ato de crueldade,os capangas foram encontrados mortos. Marcolino foi encontrado na Gruta Toca do Ìndio em Guanambi e Sebastião foi encontrado em um matagal no município de Malhada.O assassinato de Leocádia provocou grande comoção nos habitantes da vila, que começaram a visitar frequentemente o seu túmulo e orar por aquela que eles acreditavam ser uma jovem inocente, vítima do ódio alheio.