Estudo identifica primeiro câncer diagnosticado em um mamífero extinto em Serra do Ramalho
A espécie foi coletada na Lapa dos Peixes I, uma caverna localizada no planalto da Serra do Ramalho. O fóssil encontra-se no Museu de Ciências da Terra.
SERRA DO RAMALHO – Um estudo realizado no município de Serra do Ramalho, na região Oeste da Bahia, identificou o primeiro câncer diagnosticado em um mamífero extinto brasileiro.
O resultado dos estudos foi publicado esta semana no periódico Historical Biology, mostrando o primeiro caso de câncer em um mamífero extinto não humano do Quaternário, período geológico conhecido popularmente como “era do gelo”, onde viveram preguiças gigantes, mamutes e mastodontes, tigres dentes-de-sabre e toda uma fauna peculiar de grandes mamíferos.
De acordo com o CPRM, o tumor foi encontrado no fêmur direito de um exemplar de preguiça da espécie Nothrotherium maquinense, do Quaternário brasileiro. Era uma preguiça de porte pequeno a médio, alcançando cerca de um metro e meio de comprimento, um animal terrícola, ou seja, caminhava no chão e não subia em árvores.
A espécie foi coletada na Lapa dos Peixes I, uma caverna localizada no planalto da Serra do Ramalho. O fóssil encontra-se no Museu de Ciências da Terra (MCTer), do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), no Rio de Janeiro.
A doença encontrada é um osteossarcoma parosteal, um tipo de câncer ósseo. Isso indica que o indivíduo sofria de dores locais, inchaço localizado e limitação dos movimentos articulares, o que teria sido extremamente prejudicial para sua vida.
No entanto, não é possível afirmar se o animal morreu em decorrência do câncer ou por uma queda acidental na caverna, embora mais de 90% dos pacientes humanos com osteossarcoma não tratado morrem com metástase pulmonar.
Mesmo que as neoplasias (tumores) sejam reconhecidas em quase todos os animais, este é o primeiro relato desse tipo de câncer ósseo no registro fossilífero.