Operação conjunta do MP, Receita e polícias mira alvos de sonegação em Guanambi
Em Guanambi foram cumpridos mandados de busca e apreensão em uma empresa de fachada, criada apenas para emitir notas fiscais fraudulentas.
BAHIA / MINAS GERAIS – Uma operação conjunta entre o Ministério Público, polícias e fiscais da Receita Estadual de Minas, Federal e de outros estados foi deflagrada na manhã desta terça-feira (10), em Guanambi,no sudoeste da Bahia, com o objetivo de combater um milionário esquema de sonegação de tributos no setor do agronegócio.
De acordo com o MP, em Guanambi foram cumpridos mandados de busca e apreensão em uma empresa de fachada, criada apenas para emitir notas fiscais fraudulentas.
Segundo os coordenadores da ação, a força-tarefa mira 109 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, com mandados de busca e apreensão e quebra de sigilo bancário e telemático, dos quais 73 são cumpridos em Minas Gerais, 15 em Goiás, nove em São Paulo, cinco no Distrito Federal, dois no Paraná e na Bahia e um no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Tocantins. Somente em Unaí, no Noroeste de Minas, foram cumpridos 38 mandados.
Entre os alvos, estão 55 corretores de grãos, produtores e compradores de grãos, além de 22 empresas responsáveis pela emissão de notas fiscais “frias” – estabelecimentos de fachada, criados para a emissão de notas, especialmente no Noroeste de Minas Gerais.
Mesmo sem pedidos de prisão concedidos pela Justiça para quase uma centena de envolvidos, já foi feito o sequestro de bens dos investigados. Com a eventual comprovação das fraudes tributárias, eles serão responsabilizados criminalmente.
Denominada “Quem viver verá”, a operação é a terceira fase de um trabalho iniciado em 2017 pelos fiscos mineiro e federal, visando a combater a “farra da nota fria” no setor de grãos em Minas Gerais. O nome da operação baseia-se em passagem bíblica, em que Davi enfrenta um gigante, Golias, vencendo-o e reestabelecendo a ordem e a justiça.
Após o mapeamento dessas empresas e das pessoas a elas relacionadas, foi deflagrada, em novembro de 2018, a operação “Ceres”, que teve 22 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão cumpridos nas cidades de Unaí, Paracatu, Guarda-Mor, Belo Horizonte e Contagem, além de Formosa (GO) e São Paulo. O objetivo daquela ação foi combater uma organização criminosa envolvendo produtores rurais, contadores, operadores de empresas de fachada e empresários, que há anos fraudavam os fiscos, com uma movimentação estimada de R$ 1 bilhão por ano em notas frias.
Com informação do Hoje em Mídia