Uso prolongado de telas por crianças e adolescentes preocupa especialistas

O médico Drauzio explica como pesquisadores tentam responder perguntas sobre o tema, bem como mudar hábitos e promover o uso consciente.

Refeições na frente do computador preocupam os pais. — Foto: TV Globo/Reprodução
Refeições na frente do computador preocupam os pais. — Foto: TV Globo/Reprodução

RIO DE JANEIRO — Uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida na noite de domingo (10), mostra com o uso excessivo de telas e como isso impacta no desempenho escolar e na saúde mental de crianças e adolescentes. O médico Drauzio Varella explica como pesquisadores tentam responder perguntas sobre o tema e tamanho do desafio de mudar hábitos e promover o uso consciente das tecnologias.

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Uma pesquisa revelou uma disparada no número de crianças brasileiras com menos de seis anos que já se conectaram à internet. Quem conversou sobre este assunto foi o pediatra Daniel Becker, que tem acompanhado o movimento de perto.

Áudio da reportagem do Fantástico

“Essas crianças e adolescentes vão perder em habilidades, em capacidades, em relacionamento, em autoconhecimento. Ele acha que está num grupo de milhares de amigos pertencentes, mas aquilo é uma ilusão”, diz o especialista.

Os eletrônicos e a mente dos jovens

Na adolescência, uma parte importante do cérebro humano não está totalmente desenvolvida: o córtex pré-frontal, que é responsável pelo controle de impulsos, reação a ameaças e recompensas. Com isso, o uso excessivo de telas e redes sociais pode levar a situação para as quais o cérebro jovem ainda não está preparado.

Isso não significa que os dispositivos causarão problemas de saúde mental a todos os usuários, mas eles podem ser amplificados em quem já está mais vulnerável.

“Você pega, por exemplo, uma menina de 12 ou 13 anos, que começa a se interessar pela beleza. Ela vai começar a ver um vídeo de moda, maquiagem ou exercício. O algoritmo começa a radicalizar esse conteúdo rapidamente e, em pouco tempo, está recebendo vídeos que estimulam ela a fazer dietas de 400 calorias por dia”, alerta Daniel, apontando que esse tipo de conteúdo pode resultar em distorção da autoimagem e desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia ou bulimia.

O papel da família

Questionado por Drauzio como a família pode ajudar a coibir essa superexposição, o pediatra indica que a supervisão é o primeiro ponto.

A segunda coisa a ser feita, continua Daniel, é criar uma alternativa atraente no mundo real. “Criar um mundo bom do lado de fora do celular. Isso é uma tarefa essencial das famílias, mas não é fácil também. Oferecer um mundo bacana, que compita com esse celular que é tão bacana para eles.

Conforme o g1,

Saúde mental em jogo

Situações como as relatadas acima devem geram um sinal de alerta nos pais e podem levar a crises de saúde mental e levar ao chamado “convívio precário”. Alguns dos sinais de alerta são:

  • 😤irritação fácil;
  • 😨ansiedade;
  • 🥱privação do sono;
  • 🚪 preferências por ficar no quarto;
  • 🏃‍♀️ falta de interesse em atividades ao ar livre;
  • 👭 queda de tempo ode interação presencial.

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