Moradores denunciam fazendeiro que retira água da lagoa da Cruz em Malhada

Moradores da comunidade de Pedrinhas, no município de Malhada, chamaram a nossa reportagem para denunciar o que eles classificam de crime ambiental. Segundo os moradores, não é de agora que fazendeiros vêm explorando a Lagoa da Cruz. Antonio Martins Roriz (Antonio de Mercê) de 68 anos, contou que não é de agora que essa lagoa é explorada. “Quando Alonso era dono, ele retirava a água da lagoa para os pivores, mas bombeava do rio São Francisco para a lagoa, assim ela ficava quase no mesmo patamar. Depois as terras foram vendidas para Reginaldo que continuou fazendo a mesma coisa, agora a fazenda pertence a Luiz Carlos, que não vem cumprindo seu papel”, disse.

Segundo seu Antonio de Mercê, água retirada sem controle vem deixando várias conseqüências. “Hoje as nossas criações já não tomam mais essa água, primeiro por que em alguns pontos só virou lama, em outros, água ta toda verde. O resultado de tudo isso são os vários peixes estão morrendo”, disse.

A reportagem do portal Folhadovale. Net esteve na lagoa na tarde de terça-feira, 7 de agosto, onde constatamos alguns peixes mortos, alguns, inclusive, somente os ossos, pois já tinham sido devorados por urubus.

Moradoras Pedrinhas contaram que já viu muitos peixes mortos na lagoa, inclusive tentou falar com IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis, em Bom Jesus da Lapa, para reclamar do problema e mesmo assim ninguém foi até o local para averiguar a situação.

Outro morador informou que há quatro anos, uma equipe do IBAMA esteve no local, mas as coisas continuaram acontecendo na mesma forma. “É um desperdício de peixes, pois eles estão morrendo e não aproveitados. Acho que alguém deveria tomar alguma providência”, completou.

Conversamos com Bita gerente da fazenda de Luiz Carlos, que informou que desde 2 de abril, que eles não retiram água da lagoa. Bita informou que eles já estão fazendo um canal onde estarão jogando água do rio São Francisco, na lagoa. “Como você pode ver não tem nenhum motor levando água para os pivores. É normal nessa época o curso da lagoa baixar, mas em breve a água da lagoa da Cruz vai aumentar dois metros”, disse.

No local onde estavam instalados os motores, constatamos que só existe uma velha casa abandonada.

Em 2009 foi criado o Instituto Viva Cerrado, com a finalidade de fiscalizar e denunciar aos órgãos competentes esses crimes ambientais, mas isso não aconteceu. O Instituto Viva Cerrado, que ser tornou de utilidade no município de Malhada, não vem fazendo jus aos votos dos parlamentares malhadenses. Será que esse instituto está mesmo apurando os fatos e denunciando?

Nossa equipe tentou diversas vezes contato com o Escritório Regional do IBAMA de Bom Jesus da Lapa, mas o telefone só dava impossibilitado de receber as chamadas.

Redação folhadovale.net