Jovens de Carinhanha e Malhada estão usando menos preservativos
. Em setembro, apenas 25% dos alunos ouvidos pela reportagem afirmaram já ter tido relação sexual alguma vez. Desses, 70% disseram ter usado camisinha na última relação sexual antes da pesquisa.
Um levantamento realizado pelo portal Folha do Vale nos mês de agosto e setembro com alunos de escolas públicas nas cidades de Carinhanha e Malhada, no Médio São Francisco, mostra que houve uma redução preocupante no uso de preservativos. Em setembro, apenas 25% dos alunos ouvidos pela reportagem afirmaram já ter tido relação sexual alguma vez. Desses, 70% disseram ter usado camisinha na última relação sexual antes da pesquisa.
O jovens informaram ao veículo, que eles recebem informação na escola sobre prevenção de Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis,mas na hora do sexo não usam camisinha. “O parceiro fala que é desconfortável e acaba não usando, mas eu sei dos perigos”, conta uma jovem.
De acordo aponta o levantamento, mesmo com o aumento dos casos de HIV nessas cidades, não existe uma preocupação por parte desses jovens. Para um médico ouvido pela reportagem, bastou que a epidemia fosse controlada para o pavor recuar. E, no vácuo desse recuo, veio o desleixo nos necessários cuidados. “Usar sempre camisinha, ele não evita só doença mais também uma gravidez indesejada”, comenta.
Conforme o secretário de Saúde Ginaldo Gomes, a secretaria de Saúde monitora os casos de HIV em Malhada. Por questões éticas não podemos divulgar números, mas é importante usar o preservativo. “A camisinha é distribuída gratuitamente em qualquer unidade de saúde, mesmo assim quase não existe procura”, disse Naldo.
O secretário de Saúde Avalci Brito afirmou à Folha do Vale, que nos anos 90 e 2000 existia uma preocupação maior por parte desses jovens, mas os jovens de hoje parecem não temer o HIV.
O Brasil vai na direção oposta da média mundial e registra, entre 2010 e 2018, um aumento no número de novas infecções por HIV. Os dados são do Unaids, a agência da ONU especializada na epidemia.
De acordo com os novos dados, o Brasil apresentou um aumento de 21% no número de novos casos em oito anos. O aumento ainda fez com que a América Latina registrasse, em média, um incremento de 7% nos novos casos de aids na região entre 2010 e 2018.