Índice de leitura em municípios do interior de Minas Gerais supera a média brasileira
As cidades que apresentam os melhores índices de leitura são Poços de Caldas, com 9,78 livros ao ano, e Juiz de Fora, com 8,14. O último
Levantamento inédito divulgado nesta terça-feira (13) pela Câmara Mineira do Livro (CML) revela que o índice de leitura em oito cidades-polo do interior de Minas Gerais é superior à média nacional. Ao todo, foram entrevistadas 1.100 pessoas entre 10 de março e 20 de junho deste ano, em Teófilo Otoni, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Uberlândia, Divinópolis, Governador Valadares, Patos de Minas e Montes Claros. O estudo mostra que o número de livros – ou partes de livros – lidos nos últimos 12 meses nesses municípios é praticamente o dobro se comparado à média brasileira – 6,55 contra 3,6. A pesquisa foi realizada pela CML com recursos do Fundo Estadual de Cultura, administrado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC-MG).
De acordo com o presidente da CML, Zulmar Wernke, as cidades pesquisadas foram escolhidas devido ao seu papel polarizador nas regiões onde estão situadas. Foram analisados aspectos como hábitos e frequência de leitura, além de materiais e equipamentos culturais utilizados pelos entrevistados. Segundo ele, as oito cidades mineiras possuem boa infraestrutura educacional com uma oferta adequada de escolas públicas e privadas, universidades, infraestrutura de serviços educacionais e culturais, grande número de habitantes, setor industrial diversificado, presença de agronegócios. Essas características tornam estas cidades atrativas para as populações dos municípios vizinhos, que buscam nas cidades-polo serviços e produtos que necessitam.
“Mesmo nos centros com menos infraestrutura cultural, existe potencial de leitura. O incentivo, portanto, deve sempre ser feito. Contudo, esse potencial não tem sido aproveitado nem mesmo pelas livrarias. Cerca de 30% delas estão localizadas na capital, enquanto, no interior, os leitores continuam buscando outras formas de adquirir livros”, observa Wernke. Na avaliação do presidente da CML, as ações do Governo de Minas nas áreas da Educação e da Cultura têm sido fundamentais para que a população do interior desperte cada vez mais interesse pelo hábito de ler e tenha acesso a variadas fontes de leitura.
O estudo utilizou metodologia de pesquisa sobre o comportamento do leitor desenvolvida pela Unesco para aplicação nos países da América Latina e Caribe. Belo Horizonte não foi incluída porque o levantamento na capital será realizado neste segundo semestre de 2013
Melhores desempenhos
As cidades que apresentam os melhores índices de leitura são Poços de Caldas, com 9,78 livros ao ano, e Juiz de Fora, com 8,14. O último Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Poços de Caldas ficou na faixa de 0,779. A cidade tem 94 escolas públicas e particulares, das quais 52 possuem bibliotecas. Além disso, conta com três bibliotecas municipais, três universidades públicas e seis particulares.
Em Juiz de Fora (IDH de 0,778), o setor de educação também é bem estruturado. São 372 escolas públicas e particulares, contabilizando 268 bibliotecas escolares. O município conta, ainda, com diversas faculdades privadas (onde há bibliotecas) e com a Universidade Federal de Juiz de Fora.
O estudo indica que, quanto à natureza das demandas para leitura, destacam-se a Bíblia, obras de literatura, livros esotéricos e religiosos, didáticos e universitários, seguidos por histórias em quadrinhos e títulos de poesia.
IDH Municipal da Educação de Minas
Relatório divulgado no último mês de julho pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Fundação João Pinheiro (FJP) mostra que Minas Gerais obteve um salto muito significativo entre 2000 e 2010 na dimensão Educação do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH).
O Estado saiu de um índice de 0,470 para 0,638. A elevação de 0,168 pontos no IDHM da Educação no Estado significou uma melhora de aproximadamente 36% no período. De acordo com a pesquisa, o IDHM da Educação de Minas em 2010 alcançou um patamar um pouco acima da média nacional de 0,637 e foi superior também aos índices de dois terços dos Estados brasileiros.
“A consistente evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Minas Gerais na dimensão Educação demonstra a efetividade das políticas públicas desenvolvidas pelo Estado nessa área”, afirmou, na oportunidade, o diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas Gerais, André Barrence.
Por: Agência de Minas
Edição www folhadovale.net