Grupo de estudo da Uneb Campus Guanambi se posiciona contra projeto que quer proibir aborto após estrupo

A professora e pedagoga Edilma definiu o projeto como um verdadeiro retrocesso, afirmando que o Congresso, por absoluta ideologia religiosa.

GUANAMBI – A cada 1 minuto duas mulheres são vítimas de estupro no Brasil, mas para piorar esta situação, o Projeto de Lei 1904/24 quer proibir a realização do aborto legal acima de 22 semanas gestacional em caso de estupro, com punição de até 20 anos de prisão para as mulheres, familiares e profissionais de saúde.

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Na manhã desta segunda-feira (17), um grupo de estudos de combate à violência contra a mulher da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus Guanambi, no sudoeste da Bahia, está se mobilizando de forma contrária ao Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados, o qual obriga meninas e mulheres vítimas de estupro a levar a gravidez resultante desse crime adiante.

A professora e pedagoga Edilma Cotrim definiu o projeto como um verdadeiro retrocesso, afirmando que o Congresso, por absoluta ideologia religiosa, põe novamente uma lei que atenta contra direitos que já haviam sido conquistados.

“Queremos evitar mortes, infecções e doenças por aborto feito de forma clandestina, garantindo a segurança dessa mulher ou criança”, comentou.

A professora pediu que sejam deixadas as ideologias religiosas e a ignorância de lado em prol da segurança de tantas mulheres/crianças vítimas de estupro. Ela explicou que nossa obrigação enquanto nação, povo, cidadão é cuidar da saúde das pessoas e evitar a tragédia da saúde coletiva.

“A quem pode interessar uma menina que foi estuprada ter um filho? Nosso país é recordista em estupros. Precisamos parar e pensar com racionalidade, sem paixões fanáticas”, frisou.

A campanha quer evitar que o projeto entre em votação, tendo em vista que, segundo Cotrim, carregar o filho de um estuprador é uma segunda violência contra as mulheres.

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