Em Carinhanha, maioria dos crimes não são apurados
Adorno se debruçou sobre os mais de 700 boletins de ocorrência para revelar que apenas 6% são transformados em inquéritos.
Desde dezembro de 2011, todos os crimes que aconteceram em Carinhanha, os autores não foram punidos. No dia 12 de dezembro, Juci Mendes de Souza, (Bula), 22 anos, morto com três golpes de faca, mas até o momento o crime não foi esclarecido; no dia 23 de dezembro, 11 dias após a morte de Juci, pai e filho foram alvejados a menos de 100 metros da delegacia. José Nunes Barreto, Zé Peba de 47 anos, foi morto com sete tiros disparados de uma pistola. Seu filho, Aparecido Nogueira Barreto, 20 anos, foi atingido com dois tiros, mas não veio a óbito. Nesse caso, o autor foi preso em Goiânia, por que cometeu outro crime na cidade; no dia 4 de janeiro, 2012, foi registrada a morte do lavrador Heleno Fernandes Costa (Heleno Cabeludo), 56 anos, onde o autor ficou preso quatro dias e foi liberado sem apresentar advogado alegando legitima defesa; na noite do dia 31 de janeiro, Genésio Cerqueira de Souza (Genésio Dentista), foi assassinado em casa, o delegado ouviu o autor e liberou em seguida; Gilmar dos Santos Rodrigues, 28 anos, foi assassinado no dia 19 de fevereiro, 2012, sendo mais caso que caiu no esquecimento. Juliano Lacerda Monte Alto, autor do crime de Genésio Dentista, só foi preso em Guanambi, porque cometeu outro crime. No mais, os crimes não são apurados em Carinhanha.
A impunidade para os crimes de homicídio no Brasil vai além dos 80% de pedidos de arquivamento para os inquéritos abertos em Carinhanha. Esse levantamento foi feito pelo portal Folhadovale. Net, com base nos crimes e as ocorrências que aconteceram nesse período, que revela que entre 20% e 60% dos casos de assassinatos levados a delegacia de Carinhanha sequer se torna inquérito. E as vítimas são pobres é moram na periferia.
Adorno se debruçou sobre os mais de 700 boletins de ocorrência para revelar que apenas 6% são transformados em inquéritos. Em caso de homicídio, de 60% a 80% viram inquérito, mas a maioria dos crimes sem autoria definida fica sem apuração. E aponta a desigualdade no tratamento dado aos pobres mortos na cidade.
Os homicídios investigados são os que têm autoria conhecida. Casos que envolvam um corpo que foi encontrado, uma vítima do tráfico, acidentes e culposo que raramente são investigados. Em geral se argumenta que não há provas nem elementos. De acordo com o levantamento, se a vítima é rica o tem muita influencia há todo o empenho para fazer a investigação.
Redação www folhadovale.net