Documentário conta a história dos primeiros moradores de Serra de João Alves
Comenta-se que a chegada de João Alves teria ocorrido depois de 1865, período em que o Brasil era colônia portuguesa.
MALHADA — A história do lendário João Alves, apontado como o primeiro morador do Povoado de Serra de João Alves, localizado na região Sul do município de Malhada, na região sudoeste da Bahia, foi contada na noite de sábado (16).
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O documentário de pouco mais de 60 minutos mostrou depoimentos de moradores antigos da comunidade, além dos mistérios e mitos por trás de João Alves. Até 1828, o local era habitado ainda pelos indígenas caiapós, mortos pela tropa do famoso Manuel Nunes Viana, vencedor dos paulistas, na Guerra dos Emboabas. Comenta-se que a chegada de João Alves teria ocorrido depois de 1865, período em que o Brasil era colônia portuguesa.
Em pouco mais de um ano de pesquisa, inclusive examinado documento da Igreja Católica na época, o radialista Mário Sérgio e o professor Ademivaldo Martins não conseguiram encontrar nada que provasse a existência de João Alves. Reza a lenda que João Alves teria encontrado ouro por volta de 1865, após sonhar com a riqueza no riacho da comunidade. Em seguida, ele desapareceu com a família sem deixar rastro.
Em 1904, 39 anos depois, um senhor conhecido como Manoel Roseno teria chegado no antigo vilarejo. Os pesquisadores encontraram informação sobre esse morador, conforme relatos de parentes de Manoel Roseno.
O documentário mostra a história da formação de Serra e suas transformações ao longo dos anos. A partir dessa data, o povoado se desenvolveu com as famílias Bráulio e Porto, mas não há informação a respeito de qual família chegou primeiro.
Para outros moradores da comunidade, João Alves pode ter sido qualquer pessoa da tropa do Bandeirante Manoel Nunes. O sobrenome Alves é de origem portuguesa e espanhola. O sobrenome é uma abreviação de Áves Alves Aves, que por sua vez é patronímico de Álvares (significando “filho de Álvaro”), por isso, fica difícil de identificar.
Na visão de um professor de história, João Alves pode ainda ter sido um escravo que fugiu de alguma fazenda e se alojou na região. Existiam fazendas de escravos tanto na Bahia quanto em Minas, por tanto, ele pode ter deixado a comunidade fugindo do capitão do mato.