Carinhanha registra um crime de estupro de vulnerável a cada sete dias
município de Carinhanha, na região sudoeste da Bahia, registrou um crime de estupro de vulnerável a cada sete dias em 2024.
CARINHANHA — A cidade mais violenta para mulher, segundo dados do judiciário, também é nociva para crianças e adolescentes. O município de Carinhanha, na região sudoeste da Bahia, registrou um crime de estupro de vulnerável a cada sete dias em 2024.
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No ano passado, foram 20 casos de estupro de vulnerável previsto no art. 217-A do Código Penal se configura quando há conjunção carnal (sexo) ou prática de outro ato libidinoso com menores de 14 anos. O número pode ser bem maior, já que boa parte dos casos não chega ao conhecimento das autoridades por vergonha das vítimas.
O caso mais recente de estupro foi registrado na quarta-feira (9), quando um home estuprou uma criança de 10 anos, enquanto vendida geladinho. O suspeito, que já foi preso pelo mesmo crime fugiu após cometer o ato.
Dados preliminares, os quais a reportagem teve acesso, registraram 25 ocorrências do crime de estupro, que consiste em constranger alguém a praticar atos sexuais mediante violência ou ameaça. É tipificado no artigo 213 do Código Penal.
Em análise mais profunda, a FV apurou que, de novembro de 2022 até 10 de abril deste ano, foram registradas 46 ocorrências de estupro de vulnerável, além de 5 ocorrências de importunação sexual. Todas com vítimas menores de 14 anos.
Desses casos, são duas vítimas do sexo masculino e 49 do sexo feminino. O titular de Carinhanha, delegado Osmair Matos, disse que esses dados são de vítimas que procuraram a delegacia, porém ele acredita que existem muito mais.
Em 2023, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) divulgou dados das cidades mais violentas para mulheres da área de cobertura, sendo Carinhanha no topo da liderança das 23 cidades da região. Em média, Carinhanha emite em torno de 5 medidas protetivas mensais, o que somaria em torno de 70 por ano.
Esses dados são de 23, mas já sofreram alteração em relação a esse ano. Os ataques sofridos pelas mulheres são decorrentes de violência doméstica ou familiar.
Para uma advogada ouvida pela reportagem, é necessário falar em relação ao aprimoramento das políticas públicas para o atendimento dessas mulheres vítimas de violência. Por outro lado, precisa falar do papel do homem como o autor das violências.
Nesse cenário, é importante ressaltar o papel do judiciário, através do juiz Arthur Antunes Amaro Neves, o qual tem se dedicado integralmente para combater essa prática.