Áudio coagindo funcionários é atribuído ao pai do ex-prefeito de Tanque Novo
No áudio atribuído ao empresário, ele ameaça seus trabalhadores dizendo que quem trabalha deve votar nos candidatos Bolsonaro e ACM Neto.
TANQUE NOVO – Um áudio atribuído ao empresário do ramo atacadista João Neves de Oliveira, conhecido como “Juca”, 70 anos, coagindo funcionários a votar nos candidatos Bolsonaro (PL) e ACM Neto (União Brasil), foi compartilhado em grupos de WhatsApp.
No áudio atribuído ao empresário, ele ameaça seus trabalhadores dizendo que quem trabalha com ele sabe que ele gosta de ajudar, então, ele estava pedindo o voto de cada um para Bolsonaro e Neto. Ele deixa claro no áudio que quer o voto de cada colaborador, mas aquele que não votar ele não tem compromisso.
“Conversei agora há pouco com ACM Neto e Bolsonaro, eles pediram até pelo amor de Deus. Quem não gosta dos meus candidatos não tem compromisso, tem muita gente prá trabalhar. Se for embora alguns eu vou substituir por outros”, disse Juca.
Juca disse que quer o voto para ACM Neto e Bolsonaro, isso de todos os funcionários. “Vou falar com cada um, estou falando aqui no grupo. Uma parte vai ouvir meu áudio, com outros vou falar pessoalmente”, comentou. De acordo com o empresário, o funcionário que ele desconfiar que votou contra pode procurar outra coisa. Ele pediu para os funcionários marcar o voto, caso não faça isso ele não vai acreditar.
Até agora, foram registadas no Ministério Público do Trabalho 1.176 denúncias de assédio eleitoral contra 212 na última eleição para presidente, um aumento de 450%.
O assédio eleitoral dentro da empresa é caracterizado como coação ou seja, pressão psicológica ou constrangimento; ameaça de demissão; ou promessa de benefícios e vantagens – como folga ou bonificações. É um ato praticado não só pelo empregador, como também pelo superior ou colega de trabalho.
À Folha do Vale entrou em contato com Juca na tarde desta segunda-feira (24), mas o número que seria do empresário não existe. O Espaço fica aberto para os devidos esclarecimentos.
Juca e familiares são acusados de integrar uma organização criminosa envolvida com sonegação fiscal, responsável por um prejuízo anual de R$ 54 milhões ao fisco estadual.